Os Estados Unidos realizaram operação na costa venezuelana ao apreender o petroleiro Skipper. A embarcação saiu do porto de Jose entre 4 e 5 de dezembro com carga de 1,1 milhão de barris de petróleo bruto pesado Merey, produzido pela estatal PDVSA. O destino final era Cuba. O navio possui 333 metros de comprimento e 60 metros de largura, construído em 2005. Registrado nas Ilhas Marshall sob bandeira da Guiana, integrava frota de navios que desliga sistemas de rastreamento AIS e altera nomes para burlar sanções impostas desde 2022.
Nicolás Maduro classificou a ação como roubo flagrante e ato de pirataria internacional. O governo venezuelano repudiou a interferência como espoliação de recursos energéticos. Caracas prometeu defesa da soberania em fóruns internacionais e convocou rejeição global à operação.
O presidente Donald Trump confirmou a apreensão em evento na Casa Branca. Ele descreveu o navio como o maior já tomado pelos EUA na região. "Foi apreendido por boa razão", afirmou Trump. A procuradora-geral Pam Bondi divulgou vídeo da ação com helicópteros do porta-aviões USS Gerald R. Ford. Fuzileiros, guardas costeiros e forças especiais arrombaram o Skipper.
Autoridades do Departamento de Justiça justificaram a medida por participação do tanker em rede que financia organizações terroristas com óleo sancionado da Venezuela e Irã. O regime Maduro mantém ligações com narcotráfico, Hezbollah e Guardas Revolucionários Iranianos. Defensores da posição americana veem aplicação legal de sanções para cortar receitas do governo chavista.
Críticos questionam a legalidade da operação. Ex-assessores democratas alertam para risco de escalada bélica. Ações semelhantes configuram crimes de guerra por força excessiva, segundo vozes no Congresso.
A manobra segue acúmulo militar americano no Caribe e recompensa de 50 milhões de dólares por Maduro. A Venezuela detém maiores reservas de petróleo do mundo. Exportações superam 900 mil barris diários. A apreensão perturba frete para aliados como Cuba e eleva preços do Brent. Analistas preveem negociações ou revogações eleitorais em 2027. Caracas resiste com apelos multilaterais.
(*) Com informações das fontes: G1 Globo, BBC News Brasil, CNN Brasil, Veja, Reuters, Al Jazeera, DW, CBS News.