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Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fidel Castro trocaram presentes durante jantar privado realizado no Palácio da Revolução, sede do governo cubano, na noite de sexta-feira.
Lula deu a Fidel as chaves de um Fiat Palio bicombustível (que funciona tanto com gasolina como com álcool). Lula, segundo relatos, disse a Fidel que estava apenas entregando as chaves e esperava que a Fiat mandasse efetivamente o carro ao líder comunista. O presente é da montadora e não do governo brasileiro.
Ao receber as chaves, Fidel disse a Lula que, se ele desse um carro que funcionasse com álcool para um russo, o veículo ficaria sem combustível porque o motorista ia beber tudo de um gole.
Já Fidel presenteou Lula com uma garrafa de rum --bebida típica cubana. Lula contou a Fidel que já tinha recebido uma garrafa do líder comunista em outro encontro, mas guardou com tanto carinho e por tanto tempo que a bebida estragou.
Antes do jantar, houve a apresentação de um grupo de dança cubano. Segundo relatos, Fidel, de 77 anos, estava muito emocionado com a presença de Lula, mas não chegou a chorar.
Integrantes da comitiva de Lula que estavam no jantar afirmaram que o "comandante", como é conhecido em seu país, demonstra fraqueza, está abatido, mas, quando começa a conversar, "engrena" e não para mais. Faz também bastante perguntas e é atento às respostas.
COMANDANTE CANSADO
Nas quatro aparições públicas presenciadas pela imprensa (na chegada de Lula no aeroporto, em duas cerimônias no Palácio da Revolução e em encontro com empresários brasileiros entre sexta-feira e sábado), Fidel caminhava com dificuldade, tinha o semblante cansado, e não dava atenção ao que ocorria ao seu redor --concentrava-se apenas no necessário, no "oficial".
Apenas no encontro com empresários, onde discursou por cerca de 40 munutos no Hotel Nacional (construído em 1930, no estilo do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro) ele trajava terno e gravata. Nos demais, usou o tradicional traje militar, mas com tênis preto.
No discurso aos cerca de 60 empresários brasileiros, ele afirmou que "o Brasil tem todas as condições de se tornar uma potência mundial"
"Vejo um grande futuro para seu país, agora que um torneiro mecânico dirige o destino do Brasil com enorme sentimento prático e grande inteligência".
Fidel elogiou também os produtos e os empresários brasileiros. Os dois presidentes não deram entrevistas aos jornalistas.
Lula e Fidel são amigos há mais de 20 anos. Conheceram-se em 1980 na Nicarágua, no primeiro ano do aniversário da revolução sandinista. De lá para cá, já se encontraram várias vezes, mas esta é a primeira visita de Lula como presidente. Fidel esteve no Brasil na cerimônia de posse em janeiro.
Lula tem um último encontro privado com Fidel neste sabado e parte para o Brasil pela tarde.
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