A ex-procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, atribuiu a "perseguição sistemática" do governo de Nicolás Maduro a ela e aos funcionários do Ministério Público à investigação do escândalo de pagamento de propina da construtora brasileira Odebrecht em vários países da região.
"É o maior caso de corrupção na região e isso os mantêm muito preocupados e angustiados, porque eles sabem que temos informação e detalhes de todas as operações e valores", afirmou Luisa Díaz em uma participação por telefone na Cúpula de Procuradores e Promotores da América Latina, que se encerra nesta sexta-feira (15) no México.
"Essa investigação envolve o senhor Nicolás Maduro e o seu entorno. Qualquer informação que seja enviada ao Ministério Público será utilizada para fins contrários aos previstos. A evidência será destruída e as informações aproveitadas para atentar contra a fonte", alertou a ex-procuradora-geral.
Ela foi aliada do chavismo até o início do ano, quando passou a fazer duras críticas a Maduro. Agora, está sendo acusada pelas mortes ocorridas nos protestos contra o governo da Venezuela e é acusada de participar de um esquema de corrupção junto com seu marido, o deputado Germán Ferrer, que teve sua prisão pedida no dia 17.