Serviço de Inteligência do regime de Maduro faz buscas na casa de ex-procuradora venezuelana

 

Internacional - 16/08/2017 - 19:27:06

 

Serviço de Inteligência do regime de Maduro faz buscas na casa de ex-procuradora venezuelana

 

Da Redação com EFE

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Luisa Ortega Díaz, ex-procuradora-geral da Venezuela

Luisa Ortega Díaz, ex-procuradora-geral da Venezuela

O Serviço de Inteligência da Venezuela (Sebin) realizou nesta quarta-feira (16) uma operação de busca e apreensão na casa da ex-procuradora-geral Luisa Ortega Díaz em Caracas, horas depois de seu sucessor no cargo, Tarek Saab, pedir a prisão de seu marido, o deputado Germán Ferrer, acusado de liderar uma rede de extorsão.

"Neste momento, o Sebin revista minha casa, como parte da vingança deste governo por lutar contra o totalitarismo que existe na Venezuela", afirmou Luisa em sua conta no Twitter. A residência dela ficou rodeada de patrulhas e funcionários do Sebin e não permitiram o acesso à imprensa.

Em outra mensagem, a ex-procuradora indicou que desta forma o governo do presidente Nicolás Maduro e o político governista Diosdado Cabello "pretendem acabar" com a luta dela e seu marido "pela democracia e a liberdade dos venezuelanos".

Horas antes, o novo procurador-geral tinha solicitado ao presidente do Tribunal Supremo do país, Maikel Moreno, que emitisse uma ordem de captura contra o marido de Luisa Ortega enquanto se iniciava "o processo de revisão da sua imunidade parlamentar".

Luisa Ortega Diaz e o Marido German Ferrer

Com procuradora-geral destituída, o novo procurador da Venezuela pede prisão de seu marido, o deputado German Ferrer

Esta ação do procurador Tarek Saab aconteceu depois que um membro da Assembleia Nacional Constituinte, formada apenas por governistas, o poderoso Diosdado Cabello, fez a solicitação da detenção de Ferrer por supostamente liderar uma rede de extorsão que operava no Ministério Público enquanto Ortega era procuradora-geral.

O novo procurador-geral, designado pela Constituinte, exibiu papéis nos quais supostamente consta que Ferrer abriu várias contas em bancos das Bahamas e assegurou que esta "rede de extorsão" que operava do Ministério Público tem contas com montantes que superam US$ 6 milhões.

Luisa Ortega foi destituída do seu cargo no último dia 5 de agosto pela nova Assembleia Constituinte, que a acusou de ter cometido "atos imorais", uma ação que para a ex-procuradora-geral é um passo a mais do governo de Nicolás Maduro para o estabelecimento de uma ditadura.

A ex-procuradora-geral, que já foi vinculada ao chavismo, marcou seu distanciamento do governo durante os últimos meses depois de denunciar a ruptura da ordem constitucional no país, após duas sentenças do Supremo que tiravam competências do Parlamento e limitavam a imunidade dos deputados.

 



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