"> Lula pede paciência e tenta justificar cortes no orçamento de 2003

 

Nacional - 14/02/2003 - 10:38:17

 

Lula pede paciência e tenta justificar cortes no orçamento de 2003

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Na sua primeira manifestação pública depois do contingenciamento de R$ 14,1 bilhões nos gastos de custeio e investimentos do Orçamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu paciência a um grupo de 120 prefeitos do PT. Lula chegou de surpresa à reunião dos prefeitos do partido e, usando metáforas, comparou seu governo a uma mulher grávida e a um maratonista. “É igual a uma gravidez, em que a mulher espera nove meses para ver o filho nascer. E depois tem que esperar para ver ele crescer”, disse Lula aos prefeitos, acrescentando: “O governo é igual a uma maratona em que não adianta sair correndo no início e não conseguir chegar ao fim”. Avisado de manhã pelo presidente do PT, José Genoino, sobre a reunião dos prefeitos, Lula decidiu participar do encontro. A idéia é aproveitar o grande poder de capilaridade que os prefeitos têm junto à população para transmitir as posições do governo, especialmente no momento em que foi tomada uma decisão dura como a do contingenciamento dos gastos orçamentários. “Nas minhas mãos, R$ 1 será mais bem gasto do que R$ 2 nas mãos do governo passado”, prometeu o presidente aos prefeitos, justificando a necessidade dos cortes. Lula também aproveitou a presença dos prefeitos para fazer uma nova defesa da votação das reformas estruturais, especialmente a previdenciária e tributária. Lula disse que somente a aprovação de propostas como essas poderá abrir o caminho para a retomada do crescimento do Brasil e a plena realização do programa de governo do PT. No início da noite, no encontro que teve com a diretoria eleita do comitê de imprensa do Palácio do Planalto, Lula afirmou que quis passar uma mensagem de otimismo para os prefeitos. “Tenho que manter o ânimo da tropa. Quis dar uma injeção de otimismo neles. Disse a eles que não temos pressa para fazer as coisas. Disse que nós não queremos fazer as coisas de forma atabalhoada”, afirmou. O presidente do PT, José Genoino, achou importante o tom adotado por Lula. “O presidente transmitiu aos prefeitos uma mensagem de muito otimismo e destacou a importância das reformas previdenciária e tributária”, disse. “Lula deixou muito claro que não vai arredar um milímetro dos seus compromissos assumidos com o povo brasileiro. E citou claramente que para governar temos que manter o rumo, mas ter paciência, calma, debater as questões e ouvir as opiniões”, explicou Genoino. Lula informou também aos prefeitos petistas que determinou a suspensão do pagamento dos convênios e contratos firmados pelo governo Fernando Henrique e que constam do orçamento como “restos a pagar”. O corte equivaleria, segundo o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), que participou do encontro, a R$ 10 bilhões. Desse total, apenas R$ 3 bilhões corresponderiam à obras executadas. Lula também ouviu dos prefeitos algumas cobranças. Os prefeitos querem maior participação na divisão do bolo arrecadatório. “Hoje, a arrecadação está concentrada nas mãos da União”, cobrou o prefeito de Piracicaba, José Machado, ex-líder do PT na Câmara dos Deputados.

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