O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato, determinou hoje (18) o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de seu mandato de senador e do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) da Câmara. Rocha Loures é próximo ao presidente Michel Temer (PMDB). Aécio e Loures foram citados e gravados em delação de dono da JBS.
O procurador-geral da república, PGR, Rodrigo Janot também pediu a prisão preventiva de Aécio Neves e o ministro Edson Fachin não concedeu o pedido.
O STF determinou a prisão preventiva de Andrea Neves, irmã de Aécio. Ela foi presa em condomínio em Belo Horizonte (MG) durante ação da PF.
De acordo com a delação Aécio Neves, que é presidente nacional do PSDB, teria pedido para Joesley Batista, um dos donos da JBS, R$ 2 milhões para que pudesse pagar sua defesa nos inquéritos da Operação Lava Jato. O dinheiro teria sido entregue a seu primo Frederico Pacheco de Medeiros, o "Fred", em quatro parcelas de R$ 500 mil. Uma das entregas, feita por Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais da JBS, que também é delator na Lava Jato, foi gravada pela Polícia Federal.
Todo o material colhido foi anexado na delação premiada de Joesley, de acordo com o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
A Polícia Federal faz, ainda, buscas na casa de Aécio em Ipanema, bairro do Rio de Janeiro, e em sua casa em Brasília além de seu gabinete no Congresso Nacional.
O deputado Rocha Loures, PMDB, foi gravado recebendo R$ 500 mil em uma mala entregue pelo diretor da JBS. O deputado é ligado ao presidente Michel Temer. De acordo com a delação, Temer teria indicado Loures, em conversa também gravada por Joesley, para cuidar de assuntos do interesse da empresa J&F, controladora da JBS.