Palocci diz que pode revelar 'nomes e operações' para auxiliar a Lava Jato

 

Politica - 20/04/2017 - 19:28:16

 

Palocci diz que pode revelar 'nomes e operações' para auxiliar a Lava Jato

 

Da Redação com Abr

Foto(s): Reprodução

 

Ex-ministro Palocci durante depoimento ao juiz Sérgio Moro

Ex-ministro Palocci durante depoimento ao juiz Sérgio Moro

O ex-ministro Antônio Palocci disse hoje (20), em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, que está disposto a colaborar com as investigações e apresentar "nomes, endereços e operações realizadas", que podem render mais "um ano de trabalho" à Operação Lava Jato. Palocci foi interrogado na ação penal em que é acusado pela força-tarefa de procuradores de operar um suposto esquema de caixa 2 para o PT.

Ao final do depoimento no qual negou ter arrecadado propina ao partido, o ex-ministro disse que está à disposição de Moro para revelar situações que optou por não falar durante a audiência "por sensibilidade da informação".

"Todos os nomes e situações que optei por não falar aqui, por sensibilidade da informação, estão à sua disposição. O dia que o senhor quiser, se tiver com a agenda muito ocupada, a pessoa que o senhor determinar, eu imediatamente apresento todos esses fatos com nomes, endereços, operações realizadas e coisas que vão ser certamente de interesse da Lava Jato, que realiza uma investigação de importância, e acredito que isso dá um caminho que talvez vai lhe dar mais um ano de trabalho, mas é um trabalho que faz bem ao Brasil", disse Palocci.

O ex-ministro está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde setembro do ano passado. Na ação penal, Palocci e mais 14 pessoas são acusadas dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

De acordo com a Polícia Federal, a empreiteira Odebrecht tinha uma “verdadeira conta-corrente de propina” com o PT, partido do ex-ministro. Para os investigadores, a conta era gerida por Palocci, e os pagamentos a ele eram feitos por meio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – responsável pelo pagamento de propina a políticos – em troca de benefícios indevidos no governo federal. No depoimento, o ex-ministro negou que tenha atuado para beneficiar a empreiteira ou que tenha pedido doação de campanha via caixa 2.



Em depoimento, Palocci nega ter pedido doações via caixa 2 para campanhas do PT

O ex-ministro Antonio Palocci disse hoje (20) que nunca pediu doações via caixa 2 para campanhas eleitorais do PT. Ele depôs hoje perante o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, na condição de réu no processo a que responde no âmbito da Operação Lava Jato.

No depoimento, Palocci contou que foi procurado em períodos eleitorais por tesoureiros do partido, que lhe pediam para conversar com empresários colaboradores das campanhas a fim de conseguir mais doações. “Evidentemente, eu pedia recursos das empresas acreditando que elas iriam tratar isso da melhor maneira possível”, ressaltou.

Apesar de ter feito os pedidos, o ex-ministro garantiu a Moro que nunca chegou a operar ou a acompanhar o andamento das contribuições de campanha. “Eu não era tesoureiro, não fazia parte da arrecadação, não acompanhava esse tema.”

Acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter recebido propina para articular contratos entre a Petrobras e o grupo Odebrecht, Palocci negou que tenha atuado para beneficiar a empreiteira. Ele também disse desconhecer a quem se refere o apelido italiano, que aparece nas planilhas de doações da empresa. Segundo o MPF, o apelido refere-se a Palocci.

Apelo

Ao final da audiência, Palocci pediu permissão para fazer um histórico pessoal, de modo a contestar as acusações. Neste momento, o ex-ministro dirigiu a palavra diretamente a Moro: “Sei que o senhor é um juiz extremamente rígido, mas o senhor é um juiz justo. O senhor tem dado uma contribuição ao país, na medida em que acelera processos, decide com celeridade, e acho que isso é digno de nota. Agora, acho muito importante que a decisão [sobre o processo] seja em cima de fatos justos.”

Palocci, então, contestou cada uma das acusações do MPF e colocou-se à disposição de Moro para apresentar fatos e nomes de interesse da Operação Lava Jato. “Acredito que posso dar um caminho que talvez vá dar um ano de trabalho, mas é um trabalho que faz bem ao Brasil”, afirmou Palocci.

Nesta ação penal, estão sendo processadas 15 pessoas, inclusive Marcelo Odebrecht, o ex-presidente da empreteira, e João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT. O depoimento do ex-ministro e de Branislav Kontic, seu ex- assessor, foram os últimos da oitiva de réus neste processo.

Antonio Palocci está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde setembro do ano passado.

 



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