O dólar fechou 2015 com uma valorização de 48,49%, cotado a R$ 3,94. Há exatamente um ano, a moeda americana era negociada a R$ 2,659. Esse salto de quase 50% ganhou um impulso nesta quarta-feira, última sessão do ano, quando a divisa chegou a ultrapassar a cotação dos R$ 4,00, em alta de mais de 3%.
A cotação foi bastante influenciada pela disputa técnica dos investidores em torno da formação da taxa Ptax, que ficou em R$ 3,9048 (+1,44%). Essa briga em torno da taxa, que serve de referência para diversos contratos futuros (leia mais abaixo), acentuou a volatilidade.
"Não houve uma saída grande nem pontual na sessão que justificasse o salto da moeda", garantiu um operador de tesouraria de um grande banco que não quer ser identificado. Para a fonte, um pouco desse movimento foi especulativo em razão do giro baixo naquele horário (por volta das 14h) e parte dele refletiu reação ao pagamento pelo Tesouro Nacional de R$ 72 bilhões das "pedaladas fiscais" devidas, valor acima do esperado, de cerca de R$ 57 bilhões, já que contabilizou os números de 2014 e deste ano.
Com a realização dos leilões de linha de até US$ 1,4 bilhão pelo Banco Central a partir das 15h15, a moeda desacelerou. No fechamento, a valorização foi de 1,95%. Em dezembro, o ganho foi de 2,14%.
Ao longo do ano, a crise econômica, a falta de confiança fiscal e os problemas políticos de Dilma Rousseff foram apontados como principais responsáveis pela disparada da moeda americana.