O líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado (GO), anunciou que vai acionar a Procuradoria Geral da República (PGR) para que investigue o uso político da liberação de emendas parlamentares como forma de boicotar o processo de impeachment. Na representação, há também questionamentos sobre a intimidação através de cargos ligados a estrutura governamental.
O governo, através do ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, vem ameaçando deputados da base que possuem cargos no Governo e emendas a ser liberadas para que se manifestem forçosamente contra o processo de afastamento da presidente. Em recente declaração à imprensa, Wagner afirmou que será revisto qualquer indicação de um político que não manifestar fidelidade à presidente Dilma.
“Nenhuma emenda parlamentar pode deixar de ser paga porque o congressista apoia o impeachment. Não é possível confundir aspectos institucionais com articulação política. Essa interferência pode, sim, configurar crime comum e crime de responsabilidade da presidente Dilma. Isso é uma grande afronta à independência do parlamentar”, afirmou.
De acordo com Caiado, essa atitude se configura como “cortesia com dinheiro do contribuinte para escapar do impeachment”. Ele alerta para a interferência direta e uso do cargo para atrapalhar investigações referentes à presidente. “Não podemos assistir a essa confissão de uso do cargo com fins escusos de maneira indiferente. Se trata de uma pressão anti-republicana. Por situação similar, o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral, se encontra preso”, lembrou.