Sequestro em hotel de Mali termina com pelo menos 20 mortos

 

Internacional - 20/11/2015 - 20:56:22

 

Sequestro em hotel de Mali termina com pelo menos 20 mortos

 

Da Redação com BBC Brasil

Foto(s): EFE

 

Segundo fontes do serviço de segurança, dois terroristas foram mortos no hotel

Segundo fontes do serviço de segurança, dois terroristas foram mortos no hotel

O ataque a um hotel em Bamaco, capital do Mali, no qual terroristas fizeram 170 reféns nesta sexta-feira (20), terminou com saldo de pelo menos 20 mortos após uma ofensiva realizada por forças de segurança malinesas apoiadas por soldados americanos e franceses.

Segundo fontes dos serviços de segurança e como a reportagem da Agência Efe pôde comprovar no local, os agentes conseguiram matar dois terroristas no hotel.

O ataque teria ocorrido às 8h, hora local, quando um grupo entrou no Radisson Blue, gritando "Allahu Akbar" (Deus é grande, em árabe). Os homens teriam burlado a segurança ao chegar no hotel em carros usando placas diplomáticas falsas.

Tropas do Máli e da França, que desde 2013 tem presença militar no país africano para auxiliar no combate a extremistas islâmicos, cercaram o hotel e o invadiram no final da manhã para tentar libertar os reféns. Por volta de 14h (de Brasília), as autoridades do Mali anunciaram que os reféns restantes tinham sido libertados. Mas a agência de notícias France Presse informou que 18 pessoas poderiam ter morrido. A Reuters informou que as vítimas fatais poderiam ser 27.

O grupo radical islâmico Al-Murabitoun reivindicou em sua conta no twitter a autoria do ataque. Trata-se de uma dissidência do Al-Qaeda na África.

Os reféns eram de várias nacionalidades: de chineses e indianos a franceses e russos.

Localizado em um bairro da cidade em que fica o setor diplomático, o Radisson Blu é um endereço popular para trabalhadores estrangeiros no Máli, em que operam muitas empresas multinacionais mineradoras - o país é o terceiro maior produtor de ouro do mundo.

Mas também é utilizado por funcionários de companhias aéreas - a Air France, por exemplo, tinha 12 funcionários hospedados por lá.

Tropas de elite americanas também ajudaram na operação.

Citando fontes locais, a agência Reuters disse que os homens que atacaram o hotel libertaram inicialmente dois reféns que foram capazes de recitar versos do Corão, o livro sagrado muçulmano.

Pelo menos um dos libertados disse ter ouvido os homens armados conversando em inglês - o francês é a língua oficial do Mali.

Ex-colônia francesa, o Mali tem sido palco de revoltas de grupos extremistas islâmicos ligados a um braço do Al-Qaeda na África.

Algumas das principais cidades do país foram tomadas por militantes em 2012. No ano seguinte, a pedido do governo do país e com o aval da ONU, tropas francesas intervieram no conflito, com bombardeios a posições rebeldes. Algumas tropas ainda permanecem no país africano, ao lado também de tropas da ONU. Mas embora a insurgência islâmica tenha sido controlada, ainda há ataques esporádicos e houve 50 mortes de "capacetes azuis" desde o início da missão, em julho de 2013.

Em março do ano passado, um grupo islamista assumiu a autoria de um ataque a um restaurante popular entre estrangeiros em Bamako, em que cinco pessoas morreram.

O incidente desta sexta-feira veio dias depois de Iyad Ag Ghaly, líder do grupo radical islâmico Ansar Dine, pedir que militantes atacassem "interesses franceses" no Mali.

 



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