Durante a sabatina na Comissão de Constituição de Justiça do Senado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu a atuação do Ministério Público na investigação da Operação Lava Jato.
Segundo ele, a conduta tem sido de acordo com a legalidade e sob o princípio de que todos são iguais perante a Lei.
Janot negou qualquer tipo de acordo que possa interferir nas investigações para proteger ou acusar quem quer que seja, acrescentando que, para um eventual acordão, teria de conversar com pelo menos outros 20 procuradores e investigadores da polícia federal, o que seria impossível.
O procurador-geral defendeu o instituto da delação premiada. Disse que, no caso da Lava Jato, já foram cerca de 60 delações até agora. 80% delas, de pessoas que ainda não estavam presas. Para ele, a colaboração não é uma tentativa de beneficiar o acusado.
Janot ainda foi questionado enfaticamente pelo senador Fernando Collor, um dos 10 senadores que integram a CCJ e que são investigados pela Lava Jato.
Collor acusou o procurador de ter exercido a advocacia quando já era membro do Ministério Público, de ter permitido que a procuradoria-geral alugasse um imóvel com irregularidades em Brasília e de ter vazado informações sob segredo de Justiça, entre outros fatos.
Rodrigo Janot rebateu as acusações dizendo que a Constituição permite o exercício da advocacia para integrantes do Ministério Público, que o aluguel da casa foi suspenso assim que os problemas foram verificados e que não há vazamento de informações. E afirmou que o que está havendo é uma tentativa de espetacularização da Lava Jato.
Rodrigo Janot foi indicado para a recondução ao cargo, para um mandato de mais dois anos à frente do Ministério Público da União.
