Ato de Paris foi o maior da história da França com cerca de 3,5 milhões de pessoas

 

Internacional - 12/01/2015 - 06:01:33

 

Ato de Paris foi o maior da história da França com cerca de 3,5 milhões de pessoas

 

Da Redação com agências

Foto(s): AP / Reuters

 

Milhares de pessoas se reúnem na Praça da República em Paris, para paricipar da manifestação em homenagem às vítimas dos ataques terroristas à capital francesa

Milhares de pessoas se reúnem na Praça da República em Paris, para paricipar da manifestação em homenagem às vítimas dos ataques terroristas à capital francesa

Pelo menos 3,7 milhões de pessoas participaram das manifestações deste domingo na França, em repúdio aos atentados cometidos esta semana em Paris, na maior mobilização já registrada até hoje no país - informou à AFP o Ministério francês do Interior.

Nas cidades fora de Paris, houve mais de 2,5 milhões de manifestantes. Na capital, havia entre 1,2 milhão e 1,6 milhão de pessoas, afirmou o Ministério do Interior, acrescentando que a vasta presença dos manifestantes tornou impossível uma contagem precisa.

A "marcha pela liberdade" em Paris começou a se dispersar pouco depois das 21h, no horário local (18h em Brasília), e "nenhum incidente" havia sido registrado até esse momento, informou a polícia à AFP.

Cerca de 50 líderes mundiais participaram da marcha na capital, liderada pelo presidente francês, François Hollande. Entre eles, estavam a chanceler alemã, Angela Merkel; o primeiro-ministro britânico, David Cameron; os chefes de governo espanhol, Mariano Rajoy; e italiano, Matteo Renzi; o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu; e o presidente palestino, Mahmud Abbas.

Até mesmo o ex-presidente francês Nikolas Sarkozy, rival de Hollande, se juntou às personalidades políticas com sua mulher, Carla Bruni.



Presença de alguns líderes em ato é criticada na França

A presença de alguns líderes mundiais na grande marcha realizada em Paris neste domingo foi duramente criticada nas redes sociais. Cerca de 40 líderes mundiais, além de políticos franceses, deram os braços e caminharam junto à multidão.

Segundo com o jornal francês Le Monde, no entanto, alguns dos nomes que participaram do evento já se mostraram contrários à liberdade de expressão e de imprensa.

Entre as personalidades polêmicas presentes na marcha estavam o premiê turco, Ahmed Davutoglu, o chanceler russo, Sergei Lavrov, o presidente do Gabão, Ali Bongo, o rei e a rainha da Jordânia, Abdullah 2º e Rania, o premiê húngaro, Viktor Orban, o ministro de Relações Exteriores egípcio, Sameh Choukryou e Naftali Bennett, ministro israelense da economia que se já vangloriou de ter matado “vários árabes”.

De acordo com estimativas da polícia, mais de 1 milhão de pessoas tomaram as ruas do centro da capital francesa para protestar contra o terror e defender a liberdade de expressão. Elas caminharam por três quilômetros sob forte esquema de segurança.

Comentários nas redes sociais
Em sua conta no Twitter, a jornalista do Le Monde Marion Van Renterghem ironizou a presença de alguns líderes mundiais.

"Netanyahu, Lavrov, Orban, Davutoglu, Bongo na manifestação pela liberdade de imprensa!!! Por que não Bashar al-Assad? #Mascarade (#BailedeMáscaras) #PauvreCharlie (#PobreCharlie, em alusão à revista satírica Charlie Hebdo, alvo de ataque no qual morreram 12 pessoas na quarta-feira)".

Na mesma rede social, o sociólogo francês Éric Fassin também criticou a participação de líderes de países conhecidos pela falta de liberdade de expressão.

"Viktor Orban e M. Rajoy (Mariano Rajoy, premiê espanhol) vieram defender a liberdade de expressão com Ali Bongo e Erdogan (presidente turco)".

Países como Turquia e Rússia ocupam as últimas posições do ranking mundial de liberdade de imprensa, compilado pela ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF). Em 2014, dos 180 países analisados, a Turquia ficou com o 154º lugar entre os países com maior liberdade de imprensa, e a Rússia, na 148º posição, lembra o Le Monde.

 

Paris - Charlie
 

Com informações da AFP, Reuter, ANSA e Reuters

 



Milhares de pessoas foram convocadas a participar da Marcha da Unidade, em Paris

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Ao todo, 40 líderes mundiais perfilam com os braços entrelaçados em passeata em Paris, em torno do presidente francês, François Hollande

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