Irmão foragido de ex-ministro, Adarico Negromonte se entrega à PF

 

Politica - 25/11/2014 - 05:52:22

 

Irmão foragido de ex-ministro, Adarico Negromonte se entrega à PF

 

Da Redação com agências

Foto(s): Futura Press / Abr

 

Adarico Negromonte Filho chega na sede da PF em Curitiba, no Paraná

Adarico Negromonte Filho chega na sede da PF em Curitiba, no Paraná

Foragido desde o início da sétima fase da Operação Lava Jato, Adarico Negromonte Filho se entregou por volta das 11h10 desta segunda-feira na superintendência da Polícia Federal em Curitiba. O irmão do ex-ministro das Cidades, Mario Negromonte, estava acompanhado por duas advogadas. Ele chegou a pé e não deu qualquer declaração para a imprensa.

Adarico Negromonte teve a prisão temporária de decretada pelo juiz federal Sergio Moro. Ele é suspeito de transportar dinheiro em espécie do escritório do doleiro Alberto Youssef para outros envolvidos no esquema. A defesa está pedindo a revogação da prisão temporária pelo fato de ele ter cerca de 70 anos. No entanto, o Ministério Público Federal já solicitou sua prisão preventiva. A Justiça Federal ainda vai avaliar o assunto.

Além de Negromonte, há outros 13 presos relacionados à sétima fase de Operação Lava Jato. Estão presos executivos de empreiteiras e Fernando Soares, chamado de Fernando Baiano, suspeito de ser um dos operadores do esquema. A Polícia Federal apenas confirmou que o doleiro Alberto Youssef deve prestar mais depoimento nestas segunda e terça-feira.


Arquivo Grupo @HORAMário Negromonte

PERFIL

NOME: Mário Negromonte
IDADE: 64 anos
PROFISSÃO/CARGO: Deputado federal (PP-BA), ex-ministro das Cidades


Escândalo no Ministério das Cidades

Envolvimento

O único representante do PP na Esplanada foi acusado pelos próprios correligionários de ter montado um bunker em seu gabinete onde ofereceu dinheiro a deputados - uma espécie de mensalinho - em troca de apoio na guerra interna pelo controle da legenda. Desde o episódio, revelado por VEJA em agosto de 2011, o ministro não saiu mais de berlinda: viu sua pasta envolvida na adulteração de um projeto bilionário, foi flagrado usando verbas do ministério para promoção pessoal (e eleitoral) na Bahia e participou de uma reunião com lobistas de uma empresa que, posteriormente, assumiria contratos na pasta.

O que aconteceu

Confrontado, o ministro atribuiu a denúncia a um jogo de intrigas armado pelo rival pepista Márcio Fortes, ex-ministro das Cidades. Negromonte não gozava de nenhum prestígio especial com a presidente Dilma Rousseff, mas resistiu por seis meses à sucessão de denúncias - é que o próprio PP notou que, se chancelasse a demissão de Negromonte, não teria garantias de indicar o substituto no ministério, que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada - 22 milhões de reais para 2012 - e vinha sendo comandado pela legenda desde 2005. Só deixou o cargo em fevereiro de 2012, após a exoneração de dois aliados, seu chefe-de-gabinete, Cássio Ramos Peixoto, e o chefe da Assessoria Parlamentar da pasta, João Ubaldo Coelho Dantas. Voltou a ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados, onde exerce seu sexto mandato.


Escândalo Sanguessugas

Envolvimento

Duas integrantes da quadrilha citaram Negromonte como um dos parlamentares autores de emendas favoráveis ao grupo. Além disso, em grampo da PF, Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, e ex-deputado Ronivon Santiago, preso na operação, comemoram a eleição de Negromonte para líder do PP na Câmara.

O que aconteceu

O Ministério Público chegou a pedir abertura de um inquérito, mas por falta de provas acabou desistindo do caso, que acabou arquivado pelo STF em 2007.


Escândalo Petrolão (Lava Jato)

Envolvimento

As câmeras da casa de câmbio de Youssef em São Paulo revelam que o deputado e ex-ministro das Cidades fazia visitas ao doleiro. No registro de entrada, o deputado se identifica apenas pelos seus três primeiros nomes: "Mário Silvio Mendes". Omitiu Negromonte, o sobrenome mais conhecido. Seu irmão, Adarico, também era figura constante no escritório de Youssef.

O que aconteceu

Negou qualquer vínculo com o doleiro - e creditou as frequentes visitas do irmão a Youssef a uma infeliz coincidência. Adarico teria ido ao escritório do doleiro, segundo ele, apenas para tentar arrumar um emprego. Pouco após VEJA revelar sua relação com o doleiro, foi eleito conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia.


 



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