O governador Geraldo Alckmin parece que está saindo da hibernação. Depois de passar os primeiros dois anos de governo em uma total falta de ação, pois nesse período só se ouviu promessas e explicações sobre a atividade atrapalhada na área de segurança, resolveu apresentar ações mais efetivas que irão beneficiar a população e facilitar a logística no escoamento da produção.
Com isso o progresso e a redução de custos poderá chegar na região que será coberta pelo Trecho Norte do Rodoanel.
Em ano que antecede as eleições, diversos políticos, de olho na cadeira do governo do maior Estado da federação, já iniciaram suas ações para buscar um confronto com Alckmin que tentará a reeleição.
Já tinhamos ouvido de diversos tucados de alta plumagem que o governador para perder a eleição não precisava fazer mais nada, bastava que ele continuasse nessa tocada sem objetivos claros.
Após o fiasco tucano nas últimas eleições, quando perderam o comando da maior cidade do país para os adversários petistas, a não mudança da estratégia poderá levar a um novo desastre que poderá enterrar, definitivamente, os sonhos de retomar a cadeira presidencial.
Alckmin está longe da população e cercado por uma assessoria duvidosa quando pensamos em estratégia política e de comunicação.
Isso ficou claro no ano passado quando o PT avançou significativamente em diversas regiões do Estado.
Manter essa atitude e não divulgar seus atos acabará com a derrocada tucana como ocorreu em São Bernardo em 2008 e em São Paulo em 2010, quando os tucanos, ou aliados, não interagiram com a população fechando o gabinete para os ‘amigos do rei’, ou deixando de dar publicidade aos atos que poderiam projetar seus feitos junto à população que vota ou influencia o voto.
O Rodoanel é uma incrivel arma para ser utilizada nas próximas eleições, mas as obras deverão estar adiantadas e a publicidade de todas as fases deve ser amplamente difundida, não somente nas regiões próximas à obra, mas sim em todo o Estado demonstrando que o governador é e está em atividade máxima.
O PT precisará, ainda, passar por um processo de ajustes internos para definir quem será o candidato que irá enfrentar Alckmin.
Inicialmente ouviu-se muito que Luiz Marinho, atual prefeito de São Bernardo, seria a melhor opção, mas os ventos que passam pelo Distrito Federal, querem abrir caminho para aliados o que não é bem visto por uma grande parte dos petistas.
Outro nome que poderia enfrentar Alckmin, dependendo do desempenho, seria o atual prefeito da capital. Haddad, que foi apadrinhado por Lula, vai ter de enfrentar, além de Alckmin, uma batalha interna no partido para ter essa indicação.
Mas a verdade é que Lula sempre desejou ver Luiz Marinho no governo paulista e investiu muito para isso a começar pela sua campanha de 2008, a mais cara já vista para obter o controle de uma única cidade, de importância crucial, é verdade, mas que teve o custo do voto mais caro já visto em eleições municipais.
A sorte já está lançada, quem tiver o melhor ‘poquer face’ levará vantagem. É esperar para ver...
* Vicente Barone é analista político, editor chefe do Grupo @HORA de Comunicação e foi professor de Marketing para 3º e 4 º graus