Em uma sessão agitada, a ministra Cármen Lúcia também antecipou seu voto e absolveu todos os seis réus do capítulo destinado a analisar a lavagem de dinheiro entre membros do PT. Cármen Lúcia seguiu o entendimento do revisor da ação penal do mensalão, Ricardo Lewandowksi, e declarou que não há provas contra os ex-deputados Paulo Rocha, João Magno e Professor Luizinho, o ex-ministro Anderson Adauto e os ex-assessores Anita Leocádia e José Luiz Alves.
"Não restou comprovado que eles tivessem recebido os recursos tendo conhecimento da origem ilícita dos valores. Eles não têm, retirado dos autos, qualquer certeza a respeito disso. Se não há indícios de que tivessem conhecimento do crime antecedente, sem o que um dos fundamentos dessa imputação fica inválida, absolvo das imputações", justificou Cármen.
A ministra destacou que há diferenças entre os réus analisados neste capítulo dos que foram condenados por ela em uma análise anterior sobre lavagem de dinheiro. No caso em questão, os acusados são ligados ao PT e, portanto, é crível a tese da defesa de que teriam recebido das mãos de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido, recursos que teriam sido destinados ao pagamento de despesas de campanha.
"Eram e são parlamentares do PT que, buscando recursos normais dentro de uma regularidade normal no partido, ao então tesoureiro Delúbio Soares, não tinham como saber da origem desses valores. Não há provas de que esses assuntos eram discutidos em reuniões internas do partido que tinham como objetivo tratativas de campanha", disse.
Professor Luizinho é acusado de receber R$ 20 mil do valerioduto por meio de seu assessor, José Nilson dos Santos. Aderson Adauto teria recebido R$ 950 mil de Marcos Valério, por intermédio de seu então chefe de gabinete, José Luiz Alves. Já João Magno é acusado de receber R$ 350 mil e Paulo Rocha R$ 920 mil.