O ministro Dias Toffoli votou nesta quinta-feira pela condenação de Pedro Corrêa e Pedro Henry, ambos ligados ao PP, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão. Antes de suspender a leitura de seu voto para participar da sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Toffoli também condenou Enivaldo Quadrado, sócio da corretora Bônus Banval, por lavagem de dinheiro. Contudo, o ministro absolveu João Cláudio Genu, ex-assessor do PP, da acusação de corrupção passiva.
"É necessário que qualquer das condutas - solicitar, receber ou aceitar - seja motivada pela função pública que o agente exerce. Sabiam eles, os parlamentares, que os recursos estavam sendo destinados ao PP pelos mandatos por eles exercidos. E isso restou comprovado pela acusação", disse o ministro.
Toffoli não se comoveu com as cinco sessões consumidas pela leitura dos votos do relator, Joaquim Barbosa, e do revisor, Ricardo Lewandowski. O ministro fez questão de ler novamente a denúncia, depoimentos e acusações para justificar seus argumentos. No entanto, mesmo tendo levado quase uma hora, não conseguiu concluir o voto e deixou para continuá-lo na próxima segunda-feira.
Para absolver Genu, o ministro afirmou que não conseguiu inferir dos autos que o ex-assessor tivesse ciência de que o recursos distribuídos eram de origem duvidosa. Para Toffoli, ele foi à agência do Banco Rural, se identificou e assinou recibos dos valores que estava recebendo porque lhe fora dito que o dinheiro estava sendo repassado pelo PT.
Já sobre Enivaldo Quadrado, Toffoli concluiu que seria praticamente impossível o dono da corretora Bônus Banval não ter conhecimento das movimentações de dinheiro que passaram por sua empresa em direção aos réus ligados ao PP. "Não me parece crível que ele não tivesse conhecimento da origem espúria dos recursos que lhe foram repassados", disse. Com o voto de Toffoli, Quadrado também está condenado por maioria pelo crime de lavagem de dinheiro.
