Mendes atribui autoria do mensalão a políticos e condena 8 por lavagem

 

Politica - 13/09/2012 - 21:11:57

 

Mendes atribui autoria do mensalão a políticos e condena 8 por lavagem

 

Da Redação com agências

Foto(s): Fellipe Sampaio / STF / Divulgação

 

Em leitura longa de voto, Gilmar Mendes foi incisivo no STF ao relacionar a autoria do mensalão a políticos

Em leitura longa de voto, Gilmar Mendes foi incisivo no STF ao relacionar a autoria do mensalão a políticos

Durante seu voto nesta quinta-feira, no qual condenou oito réus por lavagem de dinheiro e absolveu dois, o ministro Gilmar Mendes foi incisivo como poucos de seus colegas ao relacionar a autoria do mensalão a políticos. Sem mencionar nomes, o ministro afirmou que o esquema de desvio de dinheiro público era complexo e que precisou de uma "alma" para ser criado.

"Apenas em um reducionismo muito grande poderia-se dizer, como fez o ministro Dias Toffoli, em um valerioduto. A rigor, é um sistema muito mais complexo que isso e envolve a participação de autoridades e agentes públicos. Este corpo, o valerioduto, precisava de alma", afirmou o ministro na leitura de seu voto.

Os réus condenados foram Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane, Marcos Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach, Rogério Tolentino e Simone Vasconcelos. O ministro, no entanto, absolveu Ayanna Tenório e Geiza Dias.

Extremamente técnico e recorrendo várias vezes à denúncia do Ministério Público e a citações de doutrinadores, Gilmar Mendes afirmou que todo o mecanismo de transferência e saques de dinheiro só foi efetivado porque o Banco Rural participou ativamente do esquema.

"Como dirigentes, eles tinham como dever lutar contra a prática criminosa. Faziam parte do comitê de prevenção a lavagem de dinheiro. É fato que os dirigentes, em especial Vinícius Samarane, tomaram conhecimento dos fatos. As transações só foram efetivadas porque assim permitiu o Banco Rural", afirmou.

Em relação ao núcleo publicitário, o ministro ressaltou que Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz e Rogério Tolentino tinham pleno conhecimento dos fatos e agiram para concretizar os crimes. Ao tratar de Simone Vasconcelos, ex-diretora financeira da SMP&B, Gilmar afirmou que ela foi responsável direta pela distribuição de dinheiro, inclusive em quartos de hotéis, tratando diretamente com parlamentares e seus assessores.

Geiza Dias, porém, escapou do voto de Gilmar. Para o ministro, não há dúvidas de que ela atuou diretamente nos fatos narrados pelo Ministério Público, mas não haveria como ter certeza de que ela tinha compreensão do que ocorria. "Ainda que se admita, para argumentar, que Geiza percebeu anormalidade nos recursos repassados, esse fato por si só não permite concluir que tivesse conhecimento da origem dos recursos", explicou Gilmar Mendes.

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