As fugas e rebeliões constantes dos internos da Fundação Casa em Praia Grande, no Jardim Esmeralda, têm deixado os moradores com medo. A maioria teme pela vida das crianças, que geralmente brincam nos arredores, muitos jogam bola ao lado ou em frente à instituição.
Somente neste mês já foram quatro rebeliões, que culminaram com a fuga de 40 jovens. Um deles morreu durante um assalto e nove foram recapturados. A Fundação Casa possui duas unidades na cidade (uma ao lado da outra) e a capacidade de cada uma é de 56 adolescentes. Hoje, o centro I tem 35; o II tem 32.
Para o especialista em segurança, José Vicente da Silva Filho, também professor do Centro de Autos e Estudos de Segurança Pública da Polícia Militar de São Paulo, os principais motivos para a ocorrência de fugas e rebeliões são falta de qualificação dos profissionais que lidam com os internos, gestão, problemas na estrutura de segurança e características dos internos. “O adolescente infrator não pode ter a disciplina severa de um presídio, mas também não pode ter moleza, pois muitos são perigosos.”
Questionada sobre o número de profissionais que atuam com os jovens, a instituição enviou nota afirmando que por motivo de segurança não divulga esses números, tampouco informaram sobre o grau de periculosidade dos internos.
A Corregedoria Geral da Fundação Casa instaurou sindicância para apurar as fugas.