As cédulas de R$ 1,00 estão saindo de circulação no país, mas um boato de que as notas desse valor não estariam mais valendo faz com que muitos comerciantes de Boa Vista passem a rejeitar o dinheiro, confundindo os clientes. Mas, segundo a Superintendência do Banco do Brasil, as notas ainda têm validade, embora tenham parado de ser produzidas e aos poucos estejam sendo substituídas pelas moedas do mesmo valor.
Na região central, as cédulas de R$1,00 e de R$0,01 perderam o valor de troca no comércio. Muita gente prefere não aceitar a nota e a moeda que, na boca do povo, já estão com seus dias contados. Alguns moradores acreditam que há um prazo para trocá-las por moedas nos bancos.
O boato passa por vendedores ambulantes, taxistas, pequenas e grandes empresas, que desde o início do ano passaram a não aceitar a nota. Da mesma forma, os clientes absorveram a informação e se negam a aceitar a nota como troco.
O vendedor de algodão doce Francisco Vilhena explicou que não aceita a nota porque ficou sabendo pela televisão que a cédula sairia de circulação a partir do dia 1º de janeiro. A mesma explicação foi dada pela caixa de uma loja de variedades em um supermercado e por um proprietário de uma lanchonete.
Outros empresários justificam que a não aceitação da cédula é consequência do fato de clientes não a quererem mais como troco. A empresária Clara Meira disse que tentou repassar notas para os consumidores, mas eles não aceitaram e, para não perder dinheiro, adotou não aceitar mais a cédula.
Hoje existem R$ 283 milhões em notas de R$ 1,00, sem contar o valor de moedas de R$0,01, provavelmente guardados em fundos de muitas gavetas, circulando na economia e essa quantia não equivale a nem duas cédulas para cada brasileiro. É uma queda de 42% nos últimos três anos.
O superintendente do Banco do Brasil, Dermilson Souza, explicou que desde junho de 2007 o Banco Central parou de produzir as cédulas de R$ 1,00, como forma de contenção de despesas. Mas isso não significa que as notas que hoje circulam no mercado perderam a validade ou que tenham data determinada para perder o valor.
“O que acontece é que os bancos estão recolhendo as notas danificadas pelo uso e substituindo-as por moedas. As pessoas reclamam muito das cédulas de R$ 1,00, pois estão cada vez mais deterioradas e sujas. A questão é que o Banco Central não produz mais cédulas deste valor, apenas moedas”, disse.
O Banco Central pretende tirar de circulação a nota de R$ 1,00, lançada em 1994 e tida como símbolo do Plano Real, que será substituída gradualmente pela versão em moeda. E não apenas as cédulas de R$ 1,00, mas as moedas de um centavo também estão sendo gradativamente retiradas do mercado.
Não há uma data definida para que a nota saia de circulação. Ela continua, mas as moedas estão circulando mais. O uso da cédula está acabando aos poucos.
Além disso, o Banco Central considera que as notas de R$ 2,00 também seriam facilitadoras do troco. A medida tem motivação econômica. Porque, enquanto uma cédula tem vida útil de aproximadamente 10 meses, uma moeda pode durar até 30 anos. A redução da quantidade de notas de R$ 1,00 circulando já foi percebida, principalmente por cobradores de ônibus e comerciantes que vendem produtos que têm este valor.
Souza alerta que, conforme prevê a lei, é obrigatório que qualquer pessoa aceite a nota de R$1,00 como moeda de troca, pois ela ainda é válida. Apenas cheques e cartões de créditos são opcionais. Caso a cédula esteja mais de 50% intacta, o banco realiza a troca pela moeda ou por uma cédula com condições de uso. “A cédula e a moeda de R$1,00 tem o mesmo valor e podem ser usadas para qualquer pagamento”, frisou.
