
Em meio à crise do São Paulo, com a eliminação no Campeonato Paulista, a imposição do afastamento de Paulo Miranda a contragosto de Emerson Leão e a derrota para a Ponte Preta na ida das oitavas de final da Copa do Brasil, Edson Lapolla resolveu se manifestar. O candidato da oposição, derrotado por Juvenal Juvêncio nas eleições do clube no ano passado, divulgou carta aberta na qual cogita até a prisão do dirigente.
"Fico pensando se como um simples são-paulino, torcedor de arquibancada, tenho o direito de pedir a prisão do atual presidente do SPFC. (...) A Legislação me dá o direito de processar o indivíduo por perdas e danos morais à Instituição?", indagou.
Em um documento cheio de críticas e provocações, o conselheiro contesta principalmente a aprovação de um busto para o atual mandatário no Centro de Formação de Atletas de Cotia. "Hoje as manifestações da torcida nas diversas mídias sociais, a opinião de vários jornalistas, pedem um basta, e não um busto a esta situação."
Lapolla ressalta que o mandato de Juvenal, ainda contestado na Justiça, é ilegal e chama o presidente de "tiranete". O opositor ainda relata um movimento intitulado "Juvenal nem a pau", considerando os conselheiros que aprovaram o busto "bajuladores loucos e obcecados".
O candidato derrotado nas últimas eleições avalia que 18 milhões de são-paulinos estão sendo "humilhados, execrados, maltratados". "E o que vemos hoje: um clube à deriva, com um presidente megalomaníaco e uma diretoria sem rumo, com objetivos individuais. Nem patrocínio o clube tem", criticou.
Lapolla usa ainda o termo "ditador" para definir Juvenal Juvêncio e aponta o pedido de ajuda ao publicitário e apresentador Roberto Justus na busca por patrocínio como um "factoide", aproveitando também para criticar o vice-presidente de comunicações e marketing Júlio Casares. "Cadê o marketing criativo e audacioso de alguns anos atrás?", perguntou.
As críticas também são feitas ao diretor de futebol Adalberto Baptista, que "dá declarações dignas da escolinha do professor Raimundo", e ao coordenador técnico Milton Cruz, "caça-talentos (que) tem um filho empresário Fifa". No departamento de futebol contesta o que chama de "famosas compras de jogadores tipo Ceasa (Centrais de Abastecimento), de baciada".
Sempre que questionada sobre críticas de Edson Lapolla, a atual gestão são-paulina minimiza seus atos, alegando sua vontade de "aparecer". Situacionistas sempre diminuem o valor de suas palavras lembrando que, nas eleições de 2011, o candidato da oposição recebeu apenas sete votos, contra 163 a favor de Juvenal e quatro em branco.
Confira a íntegra da carta aberta de Edson Lapolla:
BASTA!
Fico pensando se como um simples são-paulino, torcedor de arquibancada, tenho o direito de pedir a prisão do atual Presidente do SPFC. Terei eu o direito de fazer um Boletim de Ocorrência no 34º Distrito Policial da Vila Sonia? A Legislação me dá o direito de processar o indivíduo por perdas e danos morais à Instituição?
Enfim, quais direitos têm os 18.000.000 de torcedores que estão sendo humilhados, execrados, maltratados por este Senhor.
A imagem do Clube construída nos seus 82 anos de vida está definitivamente manchada pelo Ditador e sua incompetente Diretoria.
Está no cargo mais uma vez de forma ilegal, se sustentando através de liminares e subterfúgios jurídicos. UMA VERGONHA.
Seus bajuladores, aqueles da época das viagens internacionais, sugerem um busto. DEVEM ESTAR LOUCOS E OBSECADOS (sic).
Hoje as manifestações da torcida nas diversas mídias sociais, a opinião de vários jornalistas, pedem um BASTA, e não um BUSTOa esta situação.
Por outro lado, na qualidade de Conselheiro Vitalício do SPFC pergunto-me que mais posso fazer. Nas eleições do ano passado, apoiado por uns poucos amigos, tomei a decisão de candidatar-me com o objetivo de no primeiro momento fazer com que os Conselheiros do Clube não fizessem o absurdo que acabaram fazendo, ou seja possibilitar o MANDATO ILEGAL de um tiranete.
Um movimento foi criado pelos torcedores, o "JUVENAL NEM A PAU", várias enquetes mostravam a opinião de sócios e torcedores, mas, no entanto, a desgraça foi consumada.
E o que vemos hoje. Um Clube à deriva, com um Presidente megalomaníaco e uma Diretoria sem rumo, com objetivos individuais. Nem patrocínio o Clube tem.
O Ditador cria factoides. Uma hora é o Hotel. Outra hora é o Roberto Justus. Aliás aqui fica uma pergunta: Por onde anda Júlio Casares? Encostado segundo dizem nos corredores do Clube. Enquanto isto cadê o marketing criativo e audacioso de alguns anos atrás?
No Futebol, o caça-talentos tem um filho Empresário Fifa, pasmem. O Diretor de Futebol dá declarações dignas da escolinha do professor Raimundo. Todo ano as famosas compras de jogadores tipo CEASA, de baciada. Paciência tem limite.
FORA JUVENAL JUVÊNCIO
RESPEITO À TORCIDA DO SÃO PAULO F.C.
Edson Francisco Lapolla
Conselheiro Vitalício