
Oscar quebrou o silêncio nesta segunda-feira e concedeu entrevista durante treino do Internacional - o atleta deixou a atividade para conversar com jornalistas. O jogador revelou que possui uma gravação em seu celular do ex-dirigente são-paulino Marco Aurélio Cunha, quando este ainda era funcionário do time tricolor, lhe fazendo ameaças. O meio-campista não entrou em detalhes do teor da conversa, mas afirmou já ter acionado os advogados.
Além disso, Oscar também rejeitou uma conversa "olhos nos olhos" com qualquer pessoa da agremiação paulista. "Não precisa de olho no olho, meus advogados me representam, como o Juvenal não foi na reunião e tinha gente representando o São Paulo. não precisa de conversa, se eles quiserem tudo bem, mas não é necessário", declarou o atleta.
O meia, que foi revelado pelo São Paulo, entrou na Justiça contra o clube em 2009. Conseguiu se desvincular e acertou com o Inter, time que defende desde então e se diz feliz por representar. Contudo, o clube do Morumbi obteve parecer favorável em março deste ano para que o contrato com o jogador voltasse a ser estabelecido - a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) chegou a inscrevê-lo como são-paulino.
Deste então o jogador está impedido de atuar, segue fora dos gramados e continua treinando em Porto Alegre, ainda que a Justiça tenha determinado seu retorno imediato ao São Paulo. Os dois clubes buscaram acerto financeiro, mas o lado paulista considerou que a proposta feita pelo atleta (que seria superior a R$ 7 milhões) não era suficiente e declinou da negociação.
O caso Oscar x Sâo Paulo
Oscar entrou na Justiça contra o São Paulo no final de 2009, alegando atraso de vencimentos e que também teria sido coagido a emancipar-se e assinar um contrato aos 16 anos, quando ainda era menor de idade. Assim, a renovação do vínculo foi desfeita por decisão da juíza Eumara Nogueira Borges Lyra Pimenta, da 40ª Vara do Trabalho de São Paulo, em 14 de junho de 2010, e Oscar pôde transferir-se à equipe colorada.
A Justiça ainda negaria uma liminar do São Paulo no mês de setembro de 2010, mas o clube apelou. O clube paulista só conseguiu uma vitória contundente em 21 de março de 2012, quando decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), do juiz relator Nelson Bueno de Prado, determinou que o contrato do jogador com o clube paulista fosse restabelecido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pela Federação Paulista de Futebol (FPF).
No mesmo dia a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) notificou o Internacional de que não poderia contar com Oscar tanto na disputa da Copa Libertadores quando no Campeonato Gaúcho. Ele segue sem atuar profissionalmente desde então. Ainda que a Justiça Trabalhista determine que o meia volte ao São Paulo, Oscar segue treinando em Porto Alegre.
O TRT determinará nos próximos dias o parecer final sobre o caso. Enquanto isso, o Internacional busca resolver o caso diretamente com o São Paulo. O clube gaúcho se reuniu com dirigentes paulistas e fez uma proposta pelo meia com valores pouco superiores a R$ 7 milhões, mas o clube do Morumbi recusou a oferta, avisando que aceita somente R$ 17 milhões e que pretende contar com o atleta.
Oscar, que pelo Internacional conquistou o título da Copa Libertadores da América de 2010 e a Recopa em 2011, está entre os 52 jogadores convocados por Mano Menezes para a disputa da Olimpíada de Londres com a Seleção Brasileira.