Em Harvard, Dilma diz que não fará 'luta política' com direitos humanos

 

Internacional - 11/04/2012 - 23:27:48

 

Em Harvard, Dilma diz que não fará 'luta política' com direitos humanos

 

Da Redação com agências

Foto(s): Roberto Stuckert Filho/Presidência da República/Abr

 

A presidente discursou na Universidade de Harvard e disse que as questões de direitos humanos não podem ser objeto de "luta política"

A presidente discursou na Universidade de Harvard e disse que as questões de direitos humanos não podem ser objeto de "luta política"

Após discursar nesta terça-feira na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff disse que as questões de direitos humanos não podem ser objeto de "luta política". A afirmação ocorreu em resposta a uma aluna da universidade, que citou a situação de uma prisioneira política na Venezuela.

Dilma evitou falar sobre o caso citado, mas disse que a questão precisa ser discutida de forma "multilateral". E acrescentou: "Do ponto de vista do Brasil, sempre que podemos e temos oportunidade manifestamos o interesse do País em defender os direitos humanos. Agora posso te dizer uma coisa, o Brasil tem grandes desrespeitos aos direitos humanos. Não sei como acontece, não tenho como impedir que nas delegacias do Brasil não haja tortura".

"Eu considero que direitos humanos não podem ser objeto de luta política e não farei luta política com isso, porque não considero que existe só um país ou grupo de países que viola os direitos humanos. Por isso, gostaria de discutir essa questão sempre multilateralmente, porque sei que se usa essa questão politicamente", disse Dilma.

A presidente também evitou fazer críticas ao presidente venezuelano Hugo Chávez. "Tenho um grande respeito pelo Chávez e não me arrogo o direito de fazer recomendação para país nenhum, acho isso muito perigoso, assim como não gostaria que fizessem comentários sobre meu país. Agora espero que ele melhore de saúde, eu já lutei contra um câncer, espero que ele se recupere", afirmou.

Dilma aproveitou para elogiar a política de governo transparente defendida pelo presidente dos Estados Unidos Barack Obama e disse que o Brasil está empenhado em solucionar o problema da corrupção. "Concordo com o governo aberto defendido pelo presidente Obama, que prevê transparência e um grande esforço no sentido de lutar sistematicamente e, ao mesmo tempo, tomar providência, doa a quem doer."

A presidente explicou também que não tem como tratar das questões ligadas a brasileiros que migraram para os Estados Unidos. Segundo ela, a única parte que cabe ao governo é garantir melhores condições de atendimento a essa população por meio dos consulados.

No encontro na Universidade de Harvard, Dilma voltou a defender que os países ricos não exijam políticas fiscais de países atingidos pela crise. Conforme ela, isso impede o crescimento dos emergentes e não é a solução para a retomada da prosperidade no mercado internacional. A presidente defendeu que o mercado interno forte brasileiro é que fez com que o País não se abalasse diante das turbulências internacionais. "Se não fosse por isso, um espirro aqui fora levava a uma pneumonia no Brasil", disse.

Dilma também lembrou que o fato de o Brasil ter passado de devedor a credor do Fundo Monetário Internacional (FMI) deu mais autonomia ao País na condução de sua política econômica e nas decisões de implementar políticas públicas com vistas a reduzir a miséria e a desigualdade social. "O Brasil liquidou seu débito com o FMI. Isso foi importante porque tomamos toda a condução da política econômica e social. Isso é um fator de muito dinamismo na nossa economia. Era voz corrente no Brasil que não era possível ter crescimento econômico e resolver a imensa questão da desigualdade de renda. Ainda temos que chegar a 16 milhões de brasileiros que sabemos onde estão e quem são", disse a presidente que definiu o Brasil como um país complexo.

Dilma também evitou fazer críticas ao presidente venezuelano Hugo Chávez dizendo ter um grande respeito pelo Chávez e que não se arroga o direito de fazer recomendação para o país

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A presidente posa para foto na Universidade de Harvard com estudantes brasileiros a serem beneficiados pelo programa "Ciência sem Fronteiras"

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