Após oficializar a aliança com o PTdoB e o PTN para a eleição municipal em São Paulo, neste sábado, o pré-candidato a prefeito da capital paulista pelo PRB, Celso Russomanno, confirmou o acordo firmado com o PMDB, cujo pré-candidato é o deputado federal Gabriel Chalita, por um apoio mútuo em um eventual segundo turno.
"Nós queremos formar uma nova força política, uma nova frente política, para que São Paulo seja governado nem por um partido que já ocupou, nem por um partido que está ocupando a prefeitura. (...) Nós temos esse compromisso de, no segundo turno, estarmos juntos", disse.
O acordo foi formalizado na sexta-feira em Brasília, após uma série de reuniões ao longo do mês entre o vice-presidente da República, Michel Temer - padrinho político de Chalita -, e Marcos Pereira, presidente do PRB - ambos partidos da base aliada do governo federal.
De acordo com Russomanno, o PRB ainda não discutiu uma possível aliança no segundo turno com o PT, cujo pré-candidato é o ex-ministro da Educação Fernando Haddad. Ele não descarta formalizar um acordo nos moldes do acertado com o PMDB para o segundo turno com o pré-candidato petista, mas ressaltou que não abre mão de sua candidatura.
"Nós não tivemos essa conversa ainda com o Partido dos Trabalhadores. (...) Nós estamos dispostos a conversar com todos os partidos políticos, mas nós permanecemos com a nossa candidatura. Nós não abrimos mão da nossa candidatura. A cabeça de chapa tem que ser o PRB", afirmou.
Nos bastidores, a especulação era de que a indicação do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) para assumir o Ministério da Pesca era uma forma de convencer o partido a se aliar a Haddad ainda no primeiro turno.
Polarização e críticas a Serra
Ao formalizar a aliança com o PTdoB e o PTN neste sábado, Russomanno criticou a polarização da disputa entre o PT e o PSDB e o "uso das máquinas públicas" nas campanhas.
"A gente busca fazer uma aliança, uma nova força política, a fim de disputar a eleição em condição de igualdade, já que os outros partidos tem toda uma estrutura, tem o governo do Estado, tem o governo municipal, e tem o governo federal."
Ele também voltou a questionar se o pré-candidato do PSDB, José Serra, se eleito, cumprirá todo o mandato - o tucano tem sido alvo dos adversários por ter deixado a prefeitura para concorrer ao governo do Estado em 2006.
"Eu queria acreditar nisso. Porque depois que a pessoa assume um compromisso e não cumpre, assina um documento e não cumpre, como é que eu posso acreditar que qualquer ato seja verdadeiro? É difícil acreditar. Todo mundo sabe que o sonho desse candidato é ser presidente da República", disse.
