|
Porque, embora seja o mais novo entre os grandes partidos brasileiros, o PSDB já ostenta o título de partido que mais cresce no País, tanto em resultados eleitorais como em organização interna. Fundado em 25 de junho de 1988, já passou grande parte de sua história governando o País e o Estado de São Paulo, o mais importante e desenvolvido Estado da América Latina.
Grandes fatos políticos vividos pelo Brasil nas últimas décadas estão no DNA do PSDB. Um partido cujos fundadores lutaram contra o regime militar, pela redemocratização do País. Seus principais líderes e fundadores tiveram participação destacada nos momentos mais dramáticos da vida nacional. Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso, Mario Covas, José Serra – todos foram vítimas do regime militar e fundamentais para o seu ocaso e extinção. Eles eram identificados com o chamado “PMDB histórico” antes de 1988, e compunham a linha de frente da campanha pelo restabelecimento das eleições diretas para presidente da República.
Antes mesmo de chegar ao comando do governo federal, o PSDB iniciava a marcha de transformações que mudaram a história do País. Em junho de 93, o então ministro das Relações Exteriores, Fernando Henrique Cardoso, aceitou um desafio que já derrubara sucessivos ministros da área econômica. Assumiu o ministério da Fazenda com a desacreditada missão de derrotar a inflação anual, na casa dos 1.280%. Inflação que levava à recessão e castigava, principalmente, as camadas menos favorecidas da população brasileira.
Fernando Henrique recusou-se a tentar mais um “pacote econômico” com resultados espetaculares no curto prazo, mas desastrosos após alguns meses. Ele e sua equipe optaram por um plano de estabilização, só efetivado em 1º de julho de 1994: o Plano Real, o único a conter a inflação de forma duradoura, após 12 tentativas de estabilização da moeda.
Foi através do Plano Real e das medidas de estabilização da economia que o Brasil encontrou o rumo atual de progresso, desenvolvimento e justiça social.
Outras medidas como as privatizações e o saneamento do setor financeiro tiraram o Brasil do descrédito no plano internacional e proporcionaram o crescimento, já a partir do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso.
Foi o governo do PSDB quem proporcionou a base de crescimento experimentado na seqüência pelos dois governos do PT.
Em São Bernardo, uma cidade emblemática, o PSDB obteve apenas 13% menos votos do que o PT no segundo turno das eleições municipais de 2008. Um índice menor que a abstenção dos eleitores, que alcançou 22% naquela eleição.
São Bernardo é uma cidade plural. Reúne uma sociedade heterogênea. Se, por um lado tem habitantes sensíveis às teses do PT, reúne também expressivas camadas da população com elevado nível de informação e politização. Gente que não concorda com a trajetória de escândalos que cercou os governos do PT na última década. Tanto que, nas eleições de 2010 São Bernardo foi a única cidade do Grande ABC a eleger um deputado federal e um estadual pela legenda. Não é pouca coisa!
Deixar de participar das eleições municipais significa frustrar esse expressivo eleitorado. Como explicar para esses eleitores que o partido que reuniu coragem para enfrentar o regime militar se acovarda diante do PT?
* Admir Ferro é vereador, líder da bancada do PSDB na Câmara de São Bernardo e Presidente do Diretório Municipal do partido.
|
