Curtir o Carnaval poderia ser algo mais prazeroso se não fosse o tamanho da mordida do Leão nas bebidas, item de maior tributação no período da principal festa do Brasil. Um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), divulgado nesta semana, aponta que a cerveja em lata e garrafa tem carga tributária de 55,60%. Já o refrigerante em lata tem alíquota de 46,47%, enquanto o de garrafa tem 44,55%. Nem a água mineral consegue escapar das garras do Fisco e tem 44,55% do valor total do produto revertido aos cofres públicos.


O presidente da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), Fernando Rodrigues de Bairros, comenta que os mais prejudicados com a alta carga tributária são os pequenos e médios fabricantes, responsáveis por mais da metade dos empregos diretos e indiretos do segmento.
Segundo ele, esses empresários estão tendo várias dificuldades para se manter no mercado, uma vez que a alta carga tributária favorece as multinacionais e cria concorrência desleal com as grandes indústrias do segmento. “Existe consenso dentro do setor que a carga tributária deve ser modificada urgentemente. Entretanto, há vários interesses conflitantes de diversos agentes envolvidos, o que vem dificultando nossas negociações”.
Bairros afirma que os impostos federais são os que mais prejudicam o setor. “Se não houver mudanças urgentemente, será impossível manter a competitividade e os pequenos e médios fabricantes na atividade. As alíquotas das grandes corporações são muito próximas as taxas cobradas das empresas que se enquadram no Simples Nacional. Enquanto isso, o pequeno fabricante tem carga tributária digna de grande empresa, ou seja, uma grande distorção”.