Especial Copa 2014
O anúncio do Itaquerão como estádio da abertura da Copa do Mundo foi uma festa corintiana. A presença do ex-craque Ronaldo Nasário apagou a presença de autoridades como o governador do Estado e o prefeito da capital paulista, do presidente do Corinthians e até de craques como o pentacampeão Cafu.
Ao chegar ao local do anúncio, Ronaldo reclamou do calor que a presença de ao menos uma centena de pessoas concentradas proporcionava. "Que sauna, hein", riu. Em princípio tímido, o assédio tomou proporções maiores após o anúncio de São Paulo como sede da abertura. Posicionados atrás do astro, os operários aproveitaram o momento de descontração em que todos se abraçavam na comemoração da escolha da Fifa para pedir autógrafos em camisas do time de Parque São Jorge.
O trajeto do atacante até o futuro gramado que receberá a Copa do Mundo foi acompanhado de uma multidão. Ensandecidos, os curiosos procuravam romper o cordão de seguranças por imagens do ídolo capturadas com celulares. "Eu estou olhando para o Ronaldo", dizia uma torcedora, como que procurando se convencer do que os olhos viam.
Aproveitando um momento em que estava parado ao lado das autoridades, outro fã procurou convencer o jogador aposentado a voltar - justo no estádio embrionário. "Vai jogar aí, hein?", disse o torcedor. "Só pelada", afirmou o ex-centroavante.
Mesmo com a presença de uma verdadeira multidão de torcedores corintianos e membros da comunidade de Itaquera, uma pequena concentração de outras dezenas se aglomerava no portão do futuro estádio. Gritavam os cantos da Fiel e pediam acesso à festa, que acreditavam ser deles também.
Um torcedor resumiu o sentimento de exclusão com a frase: "Deve ter comida aí dentro, por isso não nos deixam entrar". E acertou. Um pequeno buffet de doces, salgados e refrigferantes estava montado para receber o anúncio. Mas Ronaldo não conseguiu nem encostar nos pães de queijo.