Especial Eleições 2010
O Ministério Público Eleitoral (MPE) do Estado de São Paulo impetrou dois mandados de segurança na ação penal movida contra o deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o Tiririca. Para o MPE, a audiência realizada em 11 de novembro não foi satisfatória e o deputado deve fazer uma redação para complementar o exame em nova audiência. Além disso, o MPE pede a intimação da mulher do parlamentar para que seja reproduzida a forma exata da declaração de que o réu sabe ler e escrever.
Nesta nova audiência, conforme pede o MPE, Tiririca terá que elaborar uma redação sobre tema livre, de seu universo cultural, segundo parâmetros adotados pelo Ministério da Educação (MEC) para aferição de alfabetização de jovens e adultos.
O MPE-SP também afirmou que o modo como foi escrita a declaração de alfabetização no registro da candidatura de Tiririca, segundo a defesa, com a mão da mulher dele guiando a sua escrita - não foi confirmada na audiência pela recusa da defesa em reproduzi-la.
Conforme o MP, um parecer técnico de fonaudióloga do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc) classifica o réu como analfabeto funcional, segundo definição da Unesco.
Candidato a deputado mais votado em todo o País, com 1,3 milhão de votos, Tiririca é alvo de uma ação penal aberta para investigar se houve falsificação em sua declaração de escolaridade. Em sua defesa, ele alegou que teve a ajuda de sua mulher para fazer a declaração de próprio punho entregue à Justiça Eleitoral ao registrar a candidatura.
O humorista afirmou sofrer de problemas motores que o impedem de segurar uma caneta com firmeza. Em audiência realizada no dia 11 de novembro, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, Walter de Almeida Guilherme, afirmou que Tiririca soube ler e escrever no teste, mas não comentou a prova.