"A maior fragilidade da campanha petista é o abismo entre o que a Dilma realmente é e o que ela tem sido orientada a fazer", avaliaça o deputado Jutahy Magalhães (BA), articulador da candidatura tucana. Para o parlamentar, "os erros cometidos pela pré-candidata petista consolidam o perfil de Serra enquanto o sucessor do governo Lula. "Ele está se mostrando mais seguro", disse.
Sabem das regiões problemáticas - Norte e Nordeste - para o pré-candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, e organizam viagens pela região para tirar um pouco do atraso. Dizem aproveitar oportunidades em que o ex-governador de São Paulo e a adversária petista Dilma Rousseff frequentam os mesmos lugares para enfatizar as diferenças entre os dois. "Vejo muito clara a diferença entre Dilma Rousseff e a candidata de Lula", alfineta.
A campanha da ministra Dilma tem sido muito criticada dentro e fora do PT. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou Dilma para uma conversa e pediu ajustes na campanha eleitoral. Para Lula, a pré-candidata está sendo muito "técnica", precisa ser "direta e simples" nas entrevistas para a TV e falar frases mais sintéticas, evitando deixar raciocínios sem conclusão.
O publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha de Lula em 2002, tem declarado que considera falha a insistência do partido em transformar Dilma no que ela não é. Respeitado pelo partido, ele afirmou também que isto aumenta a probabilidade de erros da candidata.
Para os petistas, já há início de tensão na campanha da ministra provocado também pelos resultados das últimas pesquisas em que Serra está entre sete e dez pontos percentuais à frente da petista. A legenda já trabalha com a possibilidade de queda nas pesquisas. "Não tem jeito, a campanha compara candidatos e, agora, o vento está a nosso favor", provoca o articulador Jutahy.
