O peemedebista Rogério Rosso é o novo governador do Distrito Federal. Ele foi eleito neste sábado em eleição indireta realizada na Câmara Legislativa com 13 votos, o mínimo exigido para que o pleito fosse decidido em primeiro turno. A vice-governadora é Ivelise Longhi, também do PMDB.
Os dois vão cumprir um mandato tampão até dezembro deste ano. Rosso é o quarto governador que o DF tem só este ano, depois da prisão de José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), da renúncia do vice Paulo Octávio (sem partido, ex-DEM), e de Wilson Lima, presidente da Câmara Distrital que assumiu interinamente o comando do DF e foi vencido na eleição indireta deste sábado.
A chapa petista, que tinha o ex-reitor da Universidade de Brasília Antonio Ibañez candidato ao governo, conseguiu seis votos. Wilson Lima, que era dado como favorito na disputa, acabou somando apenas quatro votos. Houve uma abstenção, do deputado Raad Massouh (DEM).
Rosso comandou a Codeplan (Companhia de Planejamento do DF), citada no inquérito da Operação Caixa de Pandora por supostos contratos sem licitação. Também foi secretário de Desenvolvimento Econômico e administrador regional de Ceilândia no governo Joaquim Roriz.
A vice Ivelise foi secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação no governo Roriz e administradora de Brasília durante a gestão do ex-governador José Roberto Arruda.
Em seu discurso antes do início da votação, Rosso destacou a transparência e racionalização de recursos como marca de uma eventual administração. "Nosso compromisso é com a transparência, a probidade e a rigorosa observância dos princípios da moralidade, com ênfase na gestão fiscal, sempre em estreita relação com os órgãos de controle", disse.
Ele afirmou ainda que a eleição indireta é uma "chance de recuperar a autoestima de cada família" de Brasília. Prometeu também não apenas garantir a manutenção das obras no DF, mas a melhora das obras, "em qualidade e economia".
Entenda o caso
A cassação do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, teve origem na descoberta do mensalão do DEM, cujos vídeos foram divulgados no final do ano passado. Foi resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.
O então governador aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".
As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.
