O relator para o Orçamento da União de 2010, Geraldo Magela (PT-DF), estima que a redistribuição de emendas fez a Copa do Mundo de 2014 perder R$ 800 milhões de investimentos. Segundo Magela, os protestos da oposição fizeram com que vários Estados, como Bahia, Pernambuco e Amazonas perdessem cerca de R$ 100 milhões para obras do campeonato. Em vez dos recursos serem distribuídos entre os 12 Estados que vão sediar jogos do Mundial, como previa o texto do relatório, todos os 27 Estados vão dividir o dinheiro proporcionalmente ao tamanho das bancadas.
"Era evidente que havia uma manobra para não votar o Orçamento ainda este ano. Percebemos e cedemos para a oposição, mas os Estados deles deixaram de ganhar R$ 100 milhões para a Copa", afirmou.
Em menos de 24 horas após a aprovação do do texto, Magela rebateu críticas de servir aos interesses eleitorais do Governo na previsão de gastos para o ano que vem.
Segundo Magela, a oposição pode "chorar", porque o Governo tem toda a chance de conseguir fazer o sucessor na Presidência da República, com ou sem orçamento favorável.
O relator ainda rebateu as reclamações da oposição sobre o aumento de verba para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mesmo com algumas obras na lista de bloqueios de recursos por irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União.
"Não acho que o governo vá ganhar ou perder eleições por causa do PAC. Não é programa eleitoral, é um projeto permanente, de longo prazo e precisa de sustentação financeira. O montante de dinheiro vai crescendo à medida que as obras vão sendo executadas e novos projetos são incluídos", disse Magela.
O relator negou ainda que tenha sido o responsável por garantir a manutenção de um pacote de "bondades" para o ano eleitoral, incluindo a preservação das verbas para os programas sociais, a reserva de dinheiro para aumento do funcionalismo público, para o salário mínimo e para os aposentados, além de reajuste de R$ 1 bilhão para o Bolsa Família. Geraldo Magela afirma, no entanto, que o governo conseguiu aprovar o Orçamento que queria e que isso pode ter reflexo nas eleições de 2010.
"É claro que um Governo que vai bem tem o apoio do Congresso, o apoio popular, inclusive nas urnas. A oposição tem todo o direito de chorar. Meu sentimento é de dever cumprido. Tudo o que o governo precisava e queria está nesse Orçamento", afirmou.
As críticas à oposição também foram direcionadas à pressão que o relator teve que ceder para conseguir aprovar o Orçamento dentro do ano legislativo, sem deixar o governo com as contas pendentes por no mínimo dois meses em 2010.