Governo vai “radicalizar” para aprovar reformas no Congresso

 

Nacional - 07/05/2003 - 14:05:53

 

Governo vai “radicalizar” para aprovar reformas no Congresso

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Para vencer a resistência que tem enfrentado dentro do próprio PT para conseguir um acordo em torno das reformas tributária e da Previdência o governo está disposto a “radicalizar” numa e “negociar” na outra, disse ontem o presidente do PT, José Genoino. A intenção é compensar na reforma tributária aqueles que forem prejudicados pela reforma da Previdência. “Na reforma tributária, nós vamos aliviar os assalariados e o setor produtivo para ter um imposto mais progressivo sobre outras camadas mais privilegiadas da população”, disse Genoino. Com respeito à taxação dos inativos, o petista disse que se trata de “uma questão de justiça social”, não havendo possibilidade de o governo ceder nesse ponto. “Não se justifica que um aposentado ganhe mais do que quem está em atividade. Estamos estimulando a aposentadoria, quando a gente deve é estimular a permanência no serviço”. Genoino citou também outro motivo do governo para manter a taxação: ela já foi objeto de acordo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os governadores. “O PT tem uma posição de considerar que essa questão é política, e o Lula vai honrar sua palavra”, afirmou. Referindo-se à Previdência como uma “caixa-preta de privilégios”, o presidente do PT defendeu o estabelecimento de um teto de R$ 12.700 a valer já para os servidores públicos ainda em atividade. As declarações de Genoino foram feitas no Rio, durante a reunião do diretório estadual petista. Ele estava acompanhado do senador Saturnino Braga e dos deputados Jorge Bittar e Chico Alencar. Com o partido vivendo um momento que caracterizou de “efervescente”, Genoino mandou um recado para os parlamentares petistas que ameaçam votar contra as reformas: enquanto se tratar apenas de debate, as divergências podem existir. Depois, porém, as divergências devem dar lugar à “unidade de ação”. “O que importa é na hora de votar. O PT não pode negar apoio ao Lula”, disse. Para os petistas que o fizerem, Genoino falou incisivamente: “A história do PT mostra que quem o contrariou não teve muito sucesso político”. Mas não basta apenas conseguir unificar o partido: é preciso fazê-lo logo. Genoino corre contra o relógio, pois a adesão final dos partidos da base governista, bem como o sucesso na negociação com a oposição, depende de uma ação uniforme do PT. “O PT é peça fundamental para aprovar as reformas, até para que a gente tenha força e credibilidade para chamar os partidos aliados e negociar com os partidos de oposição”, disse. O fracasso na votação das reformas, segundo ele, seria encarado como um fracasso não apenas do presidente Lula, mas de todo o partido. “Não tem como separar Lula e PT. Na hora em que cada um for para um lado, a população vai dizer: Acabou”, afirmou. Radicais Comentando o encontro no Rio da deputada Heloisa Helena com Leonel Brizola, o presidente do PDT, José Genoino, mostrou bom humor. Ele disse ter esperança de que do encontro saíssem dois aliados do presidente Lula. “Tomara que ela convença o Brizola a não ficar fazendo tantas críticas ao justo governo do PT”.

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