O presidente Donald Trump anunciou um bloqueio total e completo a todos os navios petroleiros sancionados que entram ou saem da Venezuela. A medida visa cortar as receitas de petróleo do regime de Nicolás Maduro, acusado de financiar terrorismo, tráfico de drogas e violações de direitos humanos.
Contexto da Escalada Militar e Econômica
A ordem surge após a apreensão de um petroleiro com cerca de dois milhões de barris de petróleo cru venezuelano, capturado pela Guarda Costeira dos EUA na semana anterior ao largo da costa do país sul-americano. Desde setembro, forças americanas acumulam presença no Caribe, com mais de duas dúzias de operações contra embarcações próximas, resultando em dezenas de mortes. O Departamento do Tesouro também sancionou seis empresas de navegação e navios que transportam óleo venezuelano, alegando práticas enganosas para evadir restrições.
Posições a Favor da Ação Americana
Apoiada por republicanos, a estratégia recebe respaldo de figuras como o senador Mike Rounds, que declarou não ter "nenhuma objeção" à apreensão, vendo-a como resposta clara a produtos sancionados. Analistas preveem que o bloqueio pode levar à mudança de regime em Caracas, ao devastar as finanças de Maduro dependentes do petróleo, que representa a principal fonte de receita do governo. A Casa Branca argumenta que tais medidas desmantelam redes ilícitas ligadas a organizações terroristas estrangeiras.
Críticas e Reações Contrárias
O governo venezuelano condenou a ação como "roubo descarado" e "ato de pirataria internacional", com a vice-presidente Delcy Rodríguez acusando Trump de ameaças "irresponsáveis" que violam o direito internacional e a liberdade de navegação. Democratas no Senado expressaram alarme com a escalada, temendo confrontos maiores, enquanto especialistas questionam a legalidade das operações militares sem evidências públicas de narcotráfico. Maduro nega ligações com crimes e afirma que os EUA buscam controlar as reservas de óleo venezuelanas, as maiores do mundo.
Impactos Globais e Perspectivas
O bloqueio já provocou queda nas exportações de petróleo venezuelano, com navios fazendo meia-volta e preços do óleo subindo mais de 1%. Analistas estimam potencial alta de 5 a 7 dólares no barril se implementado plenamente, afetando mercados internacionais. Caracas planeja denunciar a medida na ONU, enquanto Trump ameaça intensificar a frota naval, a maior já reunida na história da América do Sul.
(*) Com informações das fontes: Al Jazeera, The Guardian, CNN, Reuters, The New York Times, BBC, Anadolu Agency, The Hill, Democracy Now.