Nos últimos cinco anos, a economia brasileira tem enfrentado altos e baixos que a levaram a uma posição menos favorável no cenário global de crescimento. Em 2021, o Brasil figurava no 5º lugar entre as maiores taxas de crescimento econômico, refletindo a recuperação pós-pandemia. No entanto, a partir de 2022 houve uma desaceleração gradual, culminando na queda para 32º lugar no segundo trimestre de 2025.
A tabela abaixo apresenta a evolução da posição do Brasil no ranking mundial de crescimento econômico nos últimos cinco anos:
| Ano |
Posição no ranking global de crescimento econômico |
| 2021 |
5º |
| 2022 |
12º |
| 2023 |
18º |
| 2024 |
20º |
| 2025 (2º tri) |
32º |
Segundo dados oficiais do IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve alta de 3,2% acumulada nos últimos 12 meses até o segundo trimestre de 2025, posicionando o país em 6º lugar entre os integrantes do G20 nessa métrica. Contudo, o crescimento de apenas 0,4% entre o primeiro e segundo trimestre de 2025 indicou uma desaceleração preocupante, que resultou na queda no ranking mundial que considerou 55 países.
A coordenadora da Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, atribui a desaceleração à política monetária restritiva adotada pelo Banco Central como forma de controle da inflação, com juros elevados limitando o ritmo de expansão econômica. Em paralelo, a instabilidade no cenário fiscal gera incertezas para investidores e dificulta reformas estruturais necessárias para crescimento sustentável.
Diversos especialistas compartilham visões sobre este contexto. O economista Rodolpho Sartori afirma que "o crescimento mais acelerado no primeiro semestre abriu espaço para uma desaceleração que se refletirá no desempenho do segundo semestre". Sartori ressalta ainda que "as taxas de juros elevadas, próximas a 15%, e a indefinição do quadro fiscal influíram negativamente nas expectativas e na capacidade de expansão da economia".
Outro ponto destacado é que, apesar da queda no ranking global, quando considerado o desempenho dentro do grupo do G20, o Brasil mantém-se à frente de economias desenvolvidas como Estados Unidos, Japão e Reino Unido no acumulado de crescimento anual. Isso mostra que o desafio está relacionado mais à desaceleração relativa e à comparação com países emergentes que aceleraram seu crescimento nos últimos anos, como Índia, China e Indonésia.
A perspectiva para os próximos meses é de crescimento moderado, com o Ministério da Fazenda projetando um PIB de cerca de 2,3% para o ano de 2025. O Banco Mundial mantém esta previsão, mas alerta para os desafios que podem resultar em uma leve desaceleração em 2026, especialmente se o ambiente fiscal continuar incerto e a política monetária restritiva mantida.
Este cenário impacta diretamente a população e o mercado, pois um crescimento econômico fraco limita a geração de empregos e renda, afeta o consumo e a arrecadação do Estado. O equilíbrio fiscal e a retomada de investimentos são apontados como cruciais para reverter o quadro e permitir que o Brasil volte a crescer de forma consistente e sustentável.
(*) Com informações das fontes: IBGE, Ministério da Fazenda, Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial, Agência Brasil, economistas Rodolpho Sartori (Austing Rating) e Rebeca Palis (IBGE)