O rompimento das negociações por parte da Fundação Ruben Berta (FRB) com os principais credores da Varig agravou ainda mais a crise da companhia. O acordo firmado entre FRB e um comitê de credores que inclui BR Distribuidora, Unibanco, Infraero, Boeing e GE buscava elaborar um plano de capitalização da aérea para sanear sua dívida de US$ 900 milhões. O projeto contava com apoio do governo e teria participação do BNDES.
Com o fim do acordo, que levou à renúncia de Arnim Lore, presidente da empresa e do conselho de administração da FRB Participações, e de outros conselheiros, a Varig sofre agora forte pressão dos credores. A BR diz que só vende combustível à companhia mediante pagamento à vista. Boeing e GE ameaçam retomar as 20 aeronaves arrendadas se não houver nova proposta ainda esta semana.
A situação é considerada pelo governo extremamente delicada e será pauta de uma reunião hoje entre o ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, e os credores estatais - Banco do Brasil, BR e Infraero. O Departamento de Aviação Civil (DAC) também foi convocado, afirmou uma fonte do BNDES. O banco tem expectativa de que a FRB reconsidere sua posição o mais breve possível e assine o memorando de entendimentos para viabilizar a capitalização da empresa. O plano prevê de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões de dinheiro novo do BNDES e outros investidores nacionais e estrangeiros, entre eles a TAM. Os recursos poderiam vir sob a forma de debêntures ou capital de risco.
A reestruturação da Varig, com dinheiro de investidores e dos credores - estes com R$ 1,2 bilhão, metade da dívida - convertido em ações, tornaria a FRB minoritária, baixando de 87% para menos de 10% sua fatia na "nova Varig". O plano seria anunciado até o dia 30, mas foi por água abaixo com a recusa da fundação em assinar o acordo com os credores e o BNDES.
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