Para o sociólogo e cientista político Paulo Baía, a debandada de candidatos a vereador de uma coligação para a outra é comum, dado o funcionamento do nosso sistema eleitoral. Segundo Baía, o paroxismo dessa estratégia se dá quando um único candidato à Câmara dos Vereadores dá o seu apoio a mais de um prefeitável.
"O candidato a vereador tem uma lógica que não é a de quem disputa a prefeitura. Às vezes ele trabalha com quatro candidatos diferentes a prefeito. Ele não está preocupado com a eleição do prefeito. Se ele acha que a Jandira pode ajuda-lo, ele a apóia", explica.
O presidente do do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social, Geraldo Tadeu Monteiro, acredita que a ida para o segundo turno pode ser definida por uma margem mínima de votos, talvez 1%. E a campanha pelo voto útil pode fazer diferença. O obstáculo para o sucesso da estratégia, segundo Monteiro, é a característica dos eleitores dos partidos de esquerda. Monteiro explica que esse grupo, além de não passar de 20% do eleitorado, não costuma mudar de candidato antes do segundo turno.
"Geralmente esse eleitor, que é mais politizado, não migra. É muito ideológico. Vai até o fim com o seu candidato. O eleitor do PSTU não migra para o PCO, que é muito próximo. No primeiro turno é difícil de ocorrer. No segundo turno é outra eleição", analisa Monteiro.
Os candidatos que estão mais bem posicionados nas pesquisas acabam por atrair maior número de apoios de candidatos a vereador, explica Paulo Baía. "A Jandira quer ser candidata da esquerda. Todos, porém, podem dar a mesma declaração. Mas os vereadores têm outra lógica", conclui.
Num eventual segundo turno entre Crivella e Feghali, Geraldo Tadeu analisa que a candidata do PCdoB herdaria votos de Paes.
"No segundo turno, ela teria 16% do Paes, 9% do Gabeira, 8% da Solange, 7% do Chico e 4% do Molon", mostra, com dados de pesquisa registrada no TRE.