O coordenador de Gestão Ambiental da empresa de Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), engenheiro Rubens Mazon, participou de uma audiência pública na Câmara de São Bernardo na última segunda-feira e esclareceu dúvidas referentes ao Rodoanel Metropolitano para a população residente nos bairros que devem ser cortados pelo empreendimento.
Mazon enfatizou que ainda faltam definições sobre o traçado do trecho Sul do Rodoanel, onde passará por São Bernardo, Santo André e Mauá, pois, a Dersa está aberta a receber novas propostas. “Nossa principal preocupação é causar o menor impacto possível, tanto ambiental quanto social. Para isso temos que ouvir todos os envolvidos”, afirmou. O engenheiro afirmou que, embora as comunidades possam dar sugestões, “será impossível atender a todos de forma igual”.
Segundo o engenheiro, com a construção do trecho Oeste do Rodoanel, localizado entre os municípios de Taboão da Serra, Cotia, Embu e Barueri, a empresa constatou que o “custo social” é menor quando a obra não provoca remanejamento de famílias. “A nossa proposta atinge, no máximo, 40 casas nas regiões das Vilas Lulaldo, Jussara e Areião”, disse.
A Dersa oferece duas formas de indenização às famílias remanejadas, conforme explicou Mazon. A primeira opção é receber o valor real do imóvel e, a segunda, é ser reassentada. Caso o terreno não pertença à pessoa que reside no local, a Dersa avaliará e pagará pelas benfeitorias. “Não vemos diferença entre um barraco e uma casa de alvenaria. Avaliamos a construção, acabamento, o tamanho, enfim, todas as benfeitorias”, assegurou o coordenador.
De acordo com ele, uma outra razão que motivou a Dersa a elaborar um traçado paralelo a loteamentos foi o fato de São Bernardo e Santo André não possuírem áreas disponíveis para o remanejamento de comunidades. “Caso precise remanejar, teremos que fazer acordos com as Prefeituras, pois os municípios só possuem locais em áreas de proteção a mananciais”, explicou. A explanação de Mazon esclareceu dúvidas de moradores das Vilas Jussara, Lulaldo, Jurubeba, Santos Dumont, Areião, Estudantes e Sabesp, que temem que suas casas sejam desapropriadas com a construção do Rodoanel. O início das obras do trecho Sul está previsto para 2004. O projeto da Dersa prevê que o empreendimento seja concluído em três anos.
O trecho Oeste, devido a paralisações, foi construído em quatro anos.
Para que a obra seja licenciada, é preciso que a Dersa apresente um Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (Rima) em audiências públicas. Desde o início do ano, foram realizadas três nas regiões do Grande ABC e São Paulo, mas devido a determinações judiciárias outras cinco foram canceladas. Segundo Mazon, dentro do próximo mês um texto resumido do Rima deve ser concluído e a empresa poderá remarcar as reuniões elucidativas.
A audiência pública desta segunda foi organizada pela Comissão Especial de vereadores, constituída por Tunico Vieira, Aldo dos Santos e Osvaldo Camargo. Também compareceram os parlamentares Dr. Amedeo Giusti, Antônio Carlos da Silva, Fátima Araújo, Hiroyuki Minami, Sérgio Demarchi, Tião Mateus, Zé Ferreira, além do sub-prefeito do Riacho Grande, Donizeti Ribeiro de Macedo.
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