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Há quem reclame que anda faltando homem na praça. Isso não significa que a classe esteja ficando extinta – fora a considerável baixa daqueles que mudaram de time –, mas sim que o controle de qualidade feminino pode estar mais exigente. Para comprovar essa teoria, basta apenas lembrar a festa que era o início da sua vida sentimental.
Logo em seguida, vem aquela fase da night, onde todos os gatos são pardos. E, com o tempo, a vida toma ares de Inmetro, e o pior, reprova a maioria dos produtos testados.
O comentário que anda rolando nas bocas de quem ainda está solto na vida é o de como anda difícil encontrar um par.
Olha que nem precisa ser perfeito, mas que, pelo menos, preencha certos requisitos. “Quando você é mais nova, o seu critério de seleção se resume à embalagem do produto e à utilidade mínima, ou seja, se o cara é gato e se beija bem. Depois você acaba querendo algo mais, aí é que os relacionamentos se complicam”, diz a dentista Ana Lúcia Vargas. No entanto, essa dificuldade de encontrar um exemplar da espécie pode estar intimamente relacionada com a sua fase de predadora. ‘’Se você tem uma certa experiência, você cria uma consciência e aí fica mais difícil de achar quem te impressione. Os homens acabam ficando muito previsíveis e as mulheres também. O encanto de se conhecer e se descobrir fica perdido, além de ninguém se mostrar de verdade”, acredita a designer Bruna Lima.
Só que esse descontentamento com os artigos do mercado não é exclusividade da clientela femini-na.
Tem muito rapaz também com essa dificuldade de encontrar peças com as características exigidas, como é o caso do engenheiro Fábio Vieira. “A maioria das mulheres está ficando muito macho, no sentido de querer usar os homens da mesma forma que elas acham que eles as usam. Querem mostrar o tempo todo que pegam, comem e jogam fora. Isso tira um pouco o tesão, porque por mais que a mulher ou até mesmo o homem já tenha saído com duzentas pessoas, você sempre quer se sentir como o único”, afirma ele.
Por essas e outras que tem gente que vai direto ao assunto e procura o possível canditado nos sites de relacionamentos da vida.
“Esses sites são legais porque você já vai direto ao ponto: o que gosta, o que quer, se é casado, se fuma, se quer namorar.
Daí você já pode fazer uma triagem daqueles que interessam, sem perder tempo com joguinhos e com menti-ras”, assume a empresária Amanda Delgado.
Segundo a psicóloga Vera Soumar, esse controle de qualidade de parceiros, de ambas as partes, acontece devido às vivências e aos conhecimentos adquiridos. “Depois de ter uma certa experiência de vida, a pessoa fica mais seletiva por medo de se envolver e sofrer. A idealização de um par acaba sendo uma defesa para que não haja um envolvimento por inteiro e quem sabe assim uma possível frustação pode ser evitada”, afirma ela. No entanto, esse processo de seleção contínuo, com o tempo, pode fazer com que a pessoa fique com a vista nublada e passe a não enxergar o que realmente deve ser levado em consideração no candidato ao cargo de namorado. “A importância do ser ficou esquecida e o ter ficou muito valorizado. Muita mulher acaba achando que o ideal é um homem bem-sucedido, e sair com alguém assim passa a sensação de vitória. Mas isso é aparente porque, na realidade, o que almejamos é a entrega total numa relação. Cada um tem que olhar para dentro de si e enxegar o quanto tem para dar. Só assim podemos nos dar a chance de buscar a tão sonhada felicidade, sem medo e com sinceridade”, exemplifica Vera Soumar.
E se você é daquelas que reza pela cartilha de que antes só do que mal acompanhada, tudo bem. Mas cuidado para não acabar trocando o duvidoso pelo certo, que é ficar sozinha.
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