O governo espera que 2008 seja conhecido como o ano em que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deslanchou. Anteontem, em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu transformar o país em um "canteiro de obras" no ano que vem.
No dia 22, quando o governo apresentará o terceiro balanço do PAC, o pacote completará um ano de existência. Nesse período, argumentam as autoridades do governo, foram criadas as condições necessárias para que os projetos saiam do papel. Já a oposição, além de criticar a intenção do governo de usar o programa para tentar cacifar a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, gerente do PAC, para as eleições de 2010, condena a demora da execução dos investimentos prometidos.
Até o dia 13, só R$ 5,6 bilhões dos R$ 16,1 bilhões autorizados para este ano no Orçamento foram desembolsados. O PAC prevê o investimento de R$ 504 bilhões até 2010 em infra-estrutura. Para explicar o atraso, o governo recorre ao discurso segundo o qual as gestões anteriores não planejaram as obras que o país necessita. Alega também que há uma carência de técnicos para a análise de projetos e confecções de editais.
Em audiência pública promovida pela Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara neste mês, a chefe da Casa Civil justificou o cronograma de desembolsos adotado pelo governo.
"Os empenhos equivalem hoje a mais de 70% do previsto em orçamento para 2007. Entre o empenho e o pagamento, há uma longa história. Os empenhos antecedem as realizações. O governo viabilizou este ano o 'vai começar'", esclareceu a ministra.
O governo espera entregar até o fim do mandato do presidente Lula as ferrovias Norte-Sul e Transnordestina, assim como parte da transposição do Rio São Francisco. No ano que vem, o Executivo pretende licitar mais usinas hidrelétricas e obras nos principais portos do país.
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