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No infinito reino imaginário das dietas, quando pensamos – e apenas pen-samos – nas coisas que engordam, nos vem a imagem de hambúrgueres, pizzas, chocolates e outras horripi-lantes delícias surfando impunemente num mar de refrigerante que deságua no paraíso das gorduras localizadas. Ao despertar desse delírio, a vontade é de sair desesperada para o hortifruti da esquina e voltar pra casa feliz da vida e sem culpa, pronta para abarrotar o estômago e a gaveta de frutas da geladeira de coisinhas leves, saudáveis e nada engordativas, certo? Mais ou menos. Cair de boca indiscriminadamente na onda nature-ba das frutas pode ter resultados desagradavelmente sur-preendentes. É que por trás da fama saudável de algumas delas, podem estar escondidas calorias que nem o mais perverso dos x-tudos seria capaz de atentar. O perigo das frutas calóricas está nas suas fontes de energia. A maioria delas é rica em lipídios, ou seja, gordura, o que, além fazer a alegria dos últimos números dos manequins, pode trazer problemas para quem tem colesterol alto. “Esse é o caso de frutas como o abacate, o caqui, a jaca, a banana, que são muito gordurosas. E quando o carboidrato simples delas é metabolizado pelo organismo, se transforma rapidamente em glicose, por isso os diabéticos também devem evitá-las em excesso”, explica a nutricionista Cintia Lopes. Para quem faz exercícios físicos, no entanto, esse jogo pode ser virado. “Essas frutas podem, evidentemente, ser mais consumidas por quem pratica alguma atividade física. Nesses casos, dá pra comer uma tigela pequena de açaí todo dia, desde que não se misturem a ele outras coisas como granola ou banana. Isso faz aumentar bastante o nível calórico do alimento”, acrescenta o nutricionista Albino Portela. Por essas e outras, o consumo de frutas no cardápio diário não deve ser feito à vontade do freguês. Nem mesmo aquelas, supostamente liberadas, podem passar para o prato com trânsito livre. “As frutas menos calóricas, como o melão, a melancia, o abacaxi e a pêra não engordam tanto desde que consumidas com moderação. Em excesso, tudo é perigoso”, lembra a Dra Cíntia. Outro erro comum relacionado a frutas e dietas é a famosa tentação de substituir, no auge da briga com a balança, um prato de comida por, por exemplo, uma fatia de melão. “Isso é um crime porque a refeição é o momento de ingerir todos os nutrientes de que o corpo precisa como carboidratos, fibras e, principalmente, proteínas, que as frutas não têm. É aquela história do prato de verão que, apesar de ter lá uma fatia de presunto ou de queijo branco, é um refeição feita só de frutas. Isso é muito prejudicial”, alerta o Dr. Albino.
Mas, claro, elas estão longe de serem vilãs, num mundo rodeado de biscoitinhos e frituras. A participação delas é fundamental em qualquer dieta, principalmente se devidamente acompanhadas. ”As fibras das frutas são essenciais na manutenção do trânsito intestinal e no fornecimento de vitaminas, como a C que não é produzida em nosso organismo, e de sais minerais. Além disso, algumas delas participam diretamente na hidratração do sistema digestivo”, diz o Dr. Albino. E nem mesmo as frutas mais calóricas devem ser cortadas, apenas evitadas em grandes quantidades. “Uma dieta, para ser completa e eficiente precisa ser bem balanceada. Um abacate no café da manhã, por exemplo, deve ser compensado com uma refeição menos calórica na hora do almoço, ou com um lanche mais leve à tarde. O importante é consumir de tudo na dose certa, sem deixar faltar ou sobrar”, conclui a Dra Cíntia.
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