A nova estratégia de segurança e defesa lançada na quinta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende converter o Brasil "numa potência militar do século XXI", segundo afirma nesta sexta-feira reportagem publicada pelo diário financeiro argentino El Cronista Comercial .
O jornal afirma que "o plano de defesa faz parte de uma nova política industrial que beneficiará também o setor automotivo, a indústria naval, o setor da saúde e as ferrovias".
"A idéia do governo Lula é impulsionar a produção de equipamentos, estabelecer centros de tecnologia, substituir importações, diminuir os gastos do governo nesses setores e transformar o País em uma 'plataforma de exportações', segundo já havia dito o ministro da Indústria, Miguel Jorge nos dias anteriores", relata a reportagem.
O jornal observa que "o governo do Brasil quer aumentar o orçamento da Defesa de 2008 para US$ 4,6 bilhões, contra US$ 3 bilhões neste ano".
"Para Lula, um dos principais desafios deste plano será aliar o desenvolvimento das Forças Armadas ao desenvolvimento econômico e tecnológico do País e 'contar com um plano estratégico de Defesa, que considere os mais variados cenários futuros'", diz o jornal.
Calheiros
Outro jornal argentino, o Clarín, traz reportagem nesta sexta-feira sobre o processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, na qual diz que "a possível destituição do chefe do Congresso" está provocando "agitação política" no Brasil.
O diário considera que o voto dos senadores do Partido dos Trabalhadores no Conselho de Ética a favor de sua cassação é um "prenúncio da condenação que deverá sofrer no plenário da Câmara Alta na semana que vem".
"Até pouco tempo atrás forte aliado do governo Lula, o senador alagoano Calheiros caiu em desgraça pelas múltiplas acusações de corrupção que pesam sobre sua cabeça", afirma a reportagem.
Para o jornal, "está praticamente provado que ele recebeu dinheiro de uma construtora, a Mendes Júnior, obviamente por suborno". "E também se sabe que usava esse dinheiro para pagar entre outras coisas a vultosa pensão alimentar de uma filha extra-conjugal que teve com uma conhecida jornalista."
"Quando faltam só cinco dias para o dia D, quando o plenário do Senado federal deve decidir se o cassa ou se o perdoa, os aliados mais próximos de Calheiros dentro de seu partido já não se sentem seguros", comenta o Clarín.
Para o jornal, "eles acreditam que na próxima semana o conjunto de colegas da Câmara Alta podem se voltar contra ele, entre outras coisas, porque as votações são secretas e crescem, em conseqüência, 'as chances de traição'".
Indenização
A edição online do diário espanhol El País traz nesta sexta-feira reportagem do correspondente no Brasil sobre a condenação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a pagar uma indenização de R$ 78 mil por ter declarado em uma entrevista em 2001 que a prefeitura de Campinas havia "assaltado" a cidade.
"O acaso fez com que a condenação do Superior Tribunal de Justiça, emitida quando o magistrado Carlos Alberto Direito fazia parte da instituição, fosse publicada ontem no Diário Oficial, justo no dia em que Lula assistiu a posse de Direito como novo membro do Supremo Tribunal Federal", diz o texto.
Segundo a reportagem, "Lula não fez nenhum discurso e se retirou imediatamente do Supremo, tribunal que há poucos dias deu luz verde ao indiciamento de 40 políticos, empresários e financiadores pelo grande escândalo de corrupção que em 2005 chacoalhou o governo de Lula e provocou a demissão da cúpula do Partido dos Trabalhadores".
O jornal afirma que o presidente "não quis comentar a indenização à qual foi condenado e que, em primeira instância, há seis anos, se estabeleceu em R$ 40 mil, mas o STJ decidiu atualizar o valor para R$ 78 mil".
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