A camada de ozônio que protege a Terra dos raios ultravioleta do sol está se restituindo devido às medidas para reduzir as emissões de CFCs que tinham começado a destruí-la, anunciou hoje a Nasa (agência espacial americana).
Essa foi a principal conclusão de um estudo realizado pela Nasa e pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), no qual foram analisados 25 anos de dados recolhidos em diferentes alturas da estratosfera por balões aerostáticos, instrumentos terrestres e satélites.
A estratosfera é a camada da atmosfera situada a entre 10 e 50 quilômetros de altura da superfície terrestre.
A camada de ozônio, principalmente nas zonas polares, começou a diminuir em 1993, em conseqüência de gases destrutivos, principalmente dos chamados CFCs (clorofluorcarbonetos).
Porém, como essas substâncias foram proibidas em 1987 com a entrada em vigor nesse ano do Protocolo Internacional de Montreal, seus efeitos foram diminuindo progressivamente, até que em 1997 a redução da camada começou a ser contida, segundo um boletim da Nasa.
Segundo Eun-Seu Yank, do Instituto Tecnológico da Geórgia, caso o atual ritmo de recuperação da camada de ozônio se mantenha, ela poderá retornar ao estado em que se encontrava em 1980 por volta de 2050.
Foi exatamente nos primeiros anos dessa década que os cientistas descobriram que a emissão de CFCs estava destruindo a camada de ozônio.
Os cientistas disseram que aproximadamente metade da mudança observada na camada está ocorrendo na região da estratosfera acima dos 18 quilômetros da superfície terrestre, o que se deve integralmente ao Protocolo de Montreal.
Mike Newchurch, co-autor do estudo e professor da Universidade do Alabama, destacou que "o surpreendente é o grau de recuperação em alturas menores, abaixo da estratosfera média".
"Lá, o ozônio está melhorando mais rapidamente do que esperávamos", acrescentou.
No entanto, Newchurch declarou que será necessário continuar observando a recuperação da camada de ozônio.
"Até que a causa do aumento do ozônio nas camadas inferiores da estratosfera seja melhor entendida, fazer prognósticos será uma tarefa elusiva", disse.
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