Acompanhando a tendência externa, o dólar recuou nesta quinta-feira e encerrou no menor nível em cinco anos, a R$ 2,113.
A divisa chegou a avançar 0,28% à tarde, mas terminou o dia em queda de 0,14%. Na roda de dólar pronto da Bolsa de Mercadorias & Futuros, o último negócio foi feito a R$ 2,112.
Segundo analistas, o avanço do euro sobre o dólar e o superávit comercial de fevereiro contribuíram para que o real se apreciasse pela terceira sessão seguida.
O euro ganhou força com o aumento da taxa de juro da zona do euro para 2,5% e depois que o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, elevou sua previsão para a inflação em 2007.
A balança comercial registrou superávit de US$ 2,822 bilhões no mês passado, o maior saldo positivo para fevereiro.
O operador de câmbio de uma corretora nacional citou também o forte fluxo cambial positivo de fevereiro, de US$ 7,75 bilhões - o maior desde março de 1998. Os bancos, porém, mudaram a posição em dólar em fevereiro para comprada, em US$ 200 milhões.
"O dólar não tem força para subir. Reagiu um pouco porque ontem também tinha caído e não teve leilão do BC (de swap) e hoje o BC já veio com o swap e o leilão de compra", explicou o analista de mercado da corretora Socopa, Paulo Fujisaki.
De acordo com ele, o mercado pressionou a cotação do dólar na parte da tarde de olho no leilão do Banco Central, para vender a moeda a um preço mais elevado.
No leilão de compra no mercado à vista, o BC aceitou apenas cinco propostas, com corte a R$ 2,1175. No leilão de swap reverso, o BC vendeu a oferta total de 4.550 contratos, equivalentes a US$ 213,3 milhões.
Na quarta-feira, o BC não realizou o leilão de swap cambial reverso devido ao feriado de quarta-feira de Cinzas - em que o mercado só abriu às 13h -, e o dólar recuou 1,12%.
"O dólar é para baixo, principalmente com a melhora na avaliação de risco do Brasil (pela Standard & Poor's), é mais motivo para cair", acrescentou Fujisaki.
Apesar de alguns analistas verem uma resistência do mercado em derrubar o dólar abaixo de 2,10 reais, Fujisaki não acredita nisso.
"Enquanto não vierem medidas que o mercado às vezes comenta, seja alteração em legislação, ou corte mais acentuado no juro, não tem como reverter a tendência", disse o analista da Socopa. "Uma hora ou outra o dólar dá uma reagida (e sobe), mas não quer dizer que mudou."
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