O segundo dia do Carnaval do Rio de Janeiro começou com problemas. O quinto carro alegórico da Porto da Pedra quebrou na concentração e a remoção atrasou o desfile da escola e o da Mangueira, que entraria em seguida.
A primeira escola desta segunda-feira homenageou as mulheres que fizeram história no Brasil e teve que correr para não ultrapassar muito o tempo limite. O portão da dispersão foi fechado com apenas um minuto além do permitido, o que significa perda de 0,20 ponto.
"Que azar. Desfilo desde 1994 e é a primeira vez que isso acontece. O carro quebrou", disse o compositor do samba da escola Vadinho, na concentração.
O quinto carro nem chegou a entrar na avenida e teve que ser empurrado para o lado para que a sexta alegoria entrasse. Ele trazia imagens de mulheres que se tornaram guerreiras e perderam seus filhos, como a escritora Glória Perez.
Os malabaristas que estariam no topo do carro optaram por entrar fazendo estripulias no chão.
O atraso provocou buracos entre as alas. Depois do término, o carro ainda estava parado na entrada da avenida, o que atrasou o desfile da Mangueira.
Para falar sobre o poder feminino no universo, as bailarinas da comissão de frente representavam estrelas e as primeiras alas traziam planetas nos adereços de cabeça. No carro abre-alas, estavam dois grandes tigres que se moviam, símbolo da escola, e uma mulher vinha como destaque dentro de uma flor. Acoplado a esse carro por apenas uma grande faixa de pano, outra alegoria trazia uma enorme estátua de Eva, a primeira mulher, que se banhava em uma cachoeira com um chafariz jorrando água dentro do carro.
O segundo carro representou a mulher como mãe, com crianças dentro de globos e uma num globo que estava na barriga de uma estátua de mulher. O carro era todo em branco, com vários anjos, representando o céu.
A Porto da Pedra também mostrou diferentes papéis da mulher ao longo dos anos, com uma ala de escravas, outra de cantoras de rádio, de soldados. Havia também uma ala representando a luta pelo direito do voto feminino e outra que dizia não à desigualdade.
A fantasia das baianas e um outro carro alegórico traziam imagens de mulheres famosas como Beth Carvalho, Gal Costa, Hortênsia. A jogadora de vôlei de praia Virna e a jogadora da seleção brasileira de vôlei Jaqueline desfilavam no carro, junto com mulheres representando bailarinas, atrizes e cantoras.
A escola veio bem colorida, mas as fantasias não eram tão luxuosas. O samba alegre foi cantado por todos os componentes e acompanhado por parte do público.
Completando o desfile, a última alegoria veio toda em dourado, com um enorme mapa do Brasil recheado por fotos de mulheres que fizeram história.
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