O Banco Central vai investigar as operações e os contratos feitos pela Caixa Econômica Federal nos últimos anos. Composta por 12 auditores, a equipe do BC vai apurar quais são os problemas de gestão da entidade, além de verificar quais as conseqüências das supostas falhas para as finanças do banco.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, funcionários da CEF esvaziaram na última semana salas do quarto e oitavo andares da sede do banco, que serão ocupadas por uma equipe do Departamento de Fiscalização do Banco Central.
A iniciativa do BC não foi divulgada. A idéia é preparar a ação com cuidado, para não perturbar o mercado financeiro.
Por causa de problemas de gestão e deficiências nos mecanismos de controle interno acumulados ao longo do tempo, a Caixa é classificada sigilosamente pelo BC como uma instituição financeira "em evidência" desde 2001. Trata-se de uma espécie de alerta aos bancos que não estejam cumprindo normas do sistema financeiro.
A classificação de "evidência" costuma ser encarada com grande temor pelos investidores. Ela impede, por exemplo, que o banco abra operações internacionais.
No caso da Caixa, a situação de "evidência" se prolonga por causa do "permanente descumprimento" de prazos e aperfeiçoamentos cobrados pelo BC em relação, principalmente, a falhas na auditoria interna.
Numa das recentes auditorias do BC, citadas pela reportagem do Estado. os técnicos criticaram os "processos operacionais" e apontaram "sérias deficiências" na atuação da auditoria interna da Caixa Econômica.
Até agora, no entanto, a entidade não identificou prejuízos patrimoniais e avalia que a Caixa não corre riscos no curto prazo. A Caixa garante que os problemas estão sendo resolvidos.
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