Garotinho diz estar confiante de que vencerá prévias

 

Politica - 10/02/2006 - 22:59:59

 

Garotinho diz estar confiante de que vencerá prévias

 

Da Redação com Reuters

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O ex-governador do Rio de Janeiro e pré-candidato do PMDB à Presidência, Anthony Garotinho, 45 anos, disse hoje em São Paulo estar confiante de que vencerá as prévias do PMDB, se não houver virada de mesa. Até agora, o único adversário é o governador gaúcho, Germano Rigotto, que aparece no Datafolha com 3% das intenções de voto. "Se as prévias do partido forem realizadas, como eu creio que serão, dentro de um clima de normalidade, sem nenhum golpe ou mudança das regras, nós vamos vencer com mais de 65%", disse em entrevista à Reuters. A menção a golpes e mudanças das regras não é gratuita. O partido já adiou as prévias uma vez e algumas lideranças contrárias à candidatura própria à Presidência preferiam que elas não fossem realizadas, o que permitiria uma composição mais à frente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou mesmo com o candidato do PSDB, dependendo da correlação de forças dentro do PMDB. Além disso, embora não admita, seu nome enfrenta resistência entre lideranças partidárias. Mas o ex-governador diz estar convicto que a grande maioria do partido quer um nome próprio na disputa presidencial e que uma vez que essa candidatura decole, ela terá o apoio de todos. Garotinho reforça seu otimismo ao analisar o colégio eleitoral das prévias - formado pelos governadores, prefeitos, senadores, deputados, vereadores e outros líderes do partido. "Como esta prévia não é feita com eleitores, e sim com políticos (...) eles já entenderam o seguinte: a candidatura viável eleitoralmente, a candidatura que pode levar o PMDB à vitória é a candidatura do Garotinho." CMN Prometendo que não irá fazer "nenhuma aventura", Garotinho defendeu que é possível fazer uma redução pactuada da taxa básica de juros após uma ampliação do Conselho Monetário Nacional (CMN). "Esse conselho ampliado vai definir as metas do país: a meta de crescimento, a meta de juros, a meta de inflação, enfim, outras metas necessárias para a implementação da política econômica", disse Garotinho. Hoje o CMN fixa a meta de inflação e o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central executa a política monetária, que inclui a fixação do juro básico, visando o cumprimento dessa meta. Formado atualmente pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do BC, o CMN passaria a ter também representantes dos setores produtivos, do sistema financeiro, dos trabalhadores e de economistas "que não estejam vinculados a nenhum setor". Em campanha para vencer as prévias do PMDB, marcadas para 19 de março, Garotinho defende a redução dos juros para níveis próximos ao de países que têm a economia semelhante à brasileira. Segundo ele, a média de 40 países que se encaixam nesse conceito seria de 1,3% de juros reais, contra 13% do Brasil. "Se você disser 10 (% de juros reais) ao mercado, ele vai dizer 'é bom'. Se disser 13, 'é uma maravilha'. Mas se disser o jogo é 4, eles vão dizer 'está bem, vamos aceitar o jogo'", disse Garotinho, lembrando que isso é possível "desde que sejam regras pactuadas". Pela proposta, o Copom continuaria existindo, mas efetivamente subordinado ao novo CMN ampliado. Impostos e crédito Outras três medidas acompanham a queda dos juros, segundo o pré-candidato, que aparece na última pesquisa do Datafolha entre 10 e 13%, dependendo dos eventuais candidatos nas eleições de outubro. A primeira é a redução do custo Brasil por meio da diminuição da carga tributária com a simplificação e fusão de alguns tributos e o fim das contribuições. A segunda é um choque de crédito, que ele defende desde as eleições presidenciais de 2002, quando obteve 17,9%dos votos válidos no primeiro turno, como candidato pelo PSB. Mas o crédito, diz, precisa ser direcionado a setores produtivos da economia, que tenham capacidade de expansão, absorvendo a demanda e impedindo a inflação. Ele critica o programa de crédito consignado do governo Lula, por ser destinado a pessoas físicas. Garotinho defende, ainda, a recuperação gradativa do salário mínimo. Quarentena no câmbio Sobre a atual taxa de câmbio no país, Garotinho critica o recuo da moeda norte-americana frente ao real. "Não sou a favor do controle cambial, mas o valor do dólar a esse nível não serve ao Brasil", disse, ecoando reclamações de setores exportadores, descontentes com o dólar a 2,18 reais. Para o ex-governador, o "ponto de equilíbrio" da cotação do dólar seria "mais ou menos entre 2,50 e 2,70" reais. Ele defende uma espécie de "quarentena" dos dólares que ingressam no país, para impedir mudanças bruscas no câmbio e reduzir a atratividade que os juros altos despertam nos investidores estrangeiros. Sem detalhar o mecanismo, o pré-candidato ressaltou que "não é controle de câmbio". Segundo ele, é uma "exigência mínima" de tempo de permanência dos recursos no país. "Você não pode chegar num país que tem hoje as taxas que o Brasil tem... a pessoa chega, obtém um lucro exorbitante e vai embora, na hora que quiser." Apesar de algumas propostas menos ortodoxas, o peemedebista garantiu que "não vamos fazer nenhuma aventura".Sou uma pessoa responsável... não vou fazer nada que comprometa a gestão do Brasil."

Links

...Continue Lendo...

...Continue Lendo...

Vídeo