Pesquisadores da Cambridge University e do Massachusetts Institute of Technology (MIT) alertaram na quinta-feira que softwares de telefonia via Internet, como o Skype, podem servir como disfarce ideal para ataques de hackers.
A Communications Research Network (CRN), operada por ambas universidades, disse que nenhum ataque desse tipo foi identificado até agora, mas que "é apenas questão de tempo para que as técnicas sejam difundidas". O grupo informou em comunicado que discutiu a questão com empresas que usam o sistema Voice over Internet Protocol (VoIP) de telefonia.
A Skype, cujo software foi baixado por 242 milhões de usuários em todo o mundo e adquirido pelo eBay no ano passado, não quis comentar de imediato. A Cambridge University está localizada na Inglaterra e o MIT nos Estados Unidos.
O grupo de trabalho sobre segurança na Internet da CRN anunciou ter descoberto que aplicativos de VoIP podem oferecer excelente camuflagem para o lançamento de ataques usando redes "bot". Em ataques desse tipo, hackers tomam o controle de computadores e os transformam em "zumbis," a fim de bombardear um site na Web ou servidor de email com mensagens e pedidos de página. O objetivo do ataque é causar o colapso do site ou de toda a rede devido ao volume descomunal de solicitações.
Os programas de VoIP são populares entre os consumidores porque permitem telefonemas gratuitos ou baratos a qualquer lugar do mundo. O VoIP divide uma conversação de voz em fragmentos digitais e os hackers poderiam usar esses fluxos de dados para encobrir suas atividades, o que tornaria quase impossível detectar a fonte de um ataque.
Os provedores de acesso à Internet monitoram o tráfego de mensagens instantâneas, que vêm sendo usadas para deflagrar ataques. É mais difícil acompanhar o tráfego de VoIP, que muitas vezes emprega software fechado, com código secreto, para garantir que os telefonemas não sejam bloqueados pelos provedores ou firewalls. "A brecha pode ser fechada se os provedores de VoIP publicarem suas especificações de roteamento ou adotarem padrões abertos" disseram os pesquisadores.
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