Deputados da oposição governista criticaram nesta sexta-feira uma suposta interferência do Supremo Tribunal Federal (STF) nos assuntos do Congresso Nacional. Os parlamentares consideram que há "excessiva ingerência" do Supremo, diz o jornal O Estado de S.Paulo O senador Pedro Simon (PMDB-RS) usou como exemplo a liminar concedida pelo ministro Eros Grau, do STF, que anulou a votação no Conselho de Ética da Câmara sobre o processo de cassação do deputado José Dirceu (PT-SP).
"Ele (o ministro) deveria ter levado em consideração que o placar de 13 votos sim, e um não. O Supremo está indo para o exagero, ao exigir que o relatório seja refeito e votado novamente. Dirceu ficará um pouco mais, empatando a fila", afirmou Simon.
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) considerou grave a suposta interferência do STF. "Não está dando nem para entender o que o STF quer", disse.
Fruet diz que Eros Grau deixou ao Conselho de Ética a opção de continuidade ou não do processo, mas no dia seguinte, segundo o deputado, o ministro teria mudado de idéia, resolvendo pela anulação do processo. O deputado tucano diz que o Supremo está "ganhando visibilidade negativa", diz o jornal paulista.
Para um ministro do Supremo, que não foi identificado, a Corte não deveria se "intrometer" nas questões internas da Câmara ou do Senado.
Já o senador Amir Lando (PMDB-RO), presidente da CPI do Mensalão, considera correta a atitude do STF. "Não podemos nos esquecer dos direitos coletivos e individuais". O senador diz que se preocupa com a obediência ao direito.
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