Durante o primeiro semestre de 2005, o número de novos vírus dirigidos a usuários do Windows saltou para quase 11 mil, indicando uma alta de 48% em relação aos seis meses anteriores. A afirmação está no Internet Security Threat Report, um relatório publicado pela empresa de segurança Symantec que informou também que criminosos interessados em ganho financeiro, e não hackers à procura de emoção, conhecimento ou notoriedade, estão enchendo a Internet de softwares maliciosos.
Além disso, os autores de vírus estão usando novas ferramentas e crescente sofisticação em seus softwares. O relatório constata ainda que pragas eletrônicas que expõem informações confidenciais responderam por até 75% dos 50 principais vírus, worms e cavalos de Tróia, ante 54% no segundo semestre de 2004.
O estudo também afirma que crescente proporção de software prejudicial permite que spam seja transmitido automaticamente de computador a computador. Esses programas, conhecidos como "cavalos de Tróia", têm capacidade de baixar e instalar programas que criam janelas de publicidade em formato pop-up no browser do usuário.
Um número maior de redes robôs, "bots" ou "redes zumbi", criadas quando um hacker toma ilegalmente o controle de um grande número de computadores ligados à Internet, está agora disponível para venda ou aluguel no submundo da Web, segundo a Symantec.
"À medida que crescem as recompensas financeiras, torna-se provável que os atacantes desenvolvam códigos mais sofisticados, ocultos e perigosos, que tentarão desativar os programas antivírus, firewalls e outros recursos de segurança", segundo o relatório.
Vincent Weafer, especialista em segurança na Symantec, disse que gerações passadas de vândalos eletrônicos tendiam a criar vírus como forma de reforçarem suas reputações no mundo dos hackers. A motivação agora passou a ser o ganho financeiro.
O número de vírus importantes se reduziu desde o surto do worm Blaster, em 2003, que tomou por alvo software da Microsoft e desativou centenas de milhares de computadores em todo o mundo. Agora, há mais gente tentando assumir controle sobre uma rede ou sobre computadores individuais para lançar ataques, bem como muito mais trapaças do tipo "phishing", tentativas de levar os usuários a clicarem em um link que contém código malicioso, segundo o estudo da Symantec.
A companhia identificou uma média de 10,53 mil redes de computadores escravos por dia, um aumento de mais de 140% em relação aos últimos seis meses. Além disso, os emails phishing cresceram de uma média de 2,99 milhões por dia, para 5,70 milhões de mensagens diárias.
"O que estamos dizendo é que atacantes estão cada vez mais agindo sobre os bens e informações privadas (dos internautas)", disse Weafer.
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