O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, reconheceu que parte do Partido Trabalhista (PT) está fazendo oposição ao governo após a CPI dos Correios ser instalada no Congresso. "Lugar de quem faz oposição é fora do partido, como foi o caso do PSOL e do PSTU", comentou ontem à noite, segundo o jornal Bom Dia Brasil,
Suplicy chora e assina CPI
Dirceu não demonstrou tanta dureza em relação ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que anunciou, entre lágrimas, no plenário que apoiaria a CPI, contrariando a indicação do PT. "O Suplicy é um caso a parte, au concour", disse.
"É a consciência dele, a personalidade, a forma dele ser. Ele é um pouco estranho, mas é assim mesmo", completou Dirceu.
Na quarta-feira, o governo não conseguiu retirar as assinaturas necessárias para barrar a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará a denúncia de corrupção nos Correios. Com 234 deputados e 22 senadores, o requerimento para a instalação da CPI, lido na quarta-feira no Plenário do Congresso, oficializou a instalação da investigação.
Logo após a meia-noite, a mesa diretora do Senado informou que, ao longo do dia, 13 parlamentares incluíram suas assinaturas e outros 27 retiraram o apoio. Os partidos que apresentaram requerimento para retirada de assinaturas da CPI foram PSB, PTB e PT. Apesar da recomendação petista para que seus parlamentares retirassem a assinatura, dos 19 que pediram a CPI, apenas sete retiraram a assinatura.
Denúncia de propina
A CPI foi motivada por gravação em vídeo publicada pela imprensa no dia 15 de maio denunciando corrupção envolvendo funcionários na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Na gravação, o diretor do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, cita nomes de outras pessoas que estariam envolvidas no esquema de propina, entre eles o ex-diretor de Administração dos Correios, Antônio Osório Batista, o assessor da Diretoria de Administração da estatal, Fernando Godoy, e o presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), deputado Roberto Jefferson (RJ). Após a denúncia, Maurício Marinho e Fernando Godoy foram dispensados de suas funções por determinação do Ministério das Comunicações.
|