A tentativa do governo para tentar evitar a criação da CPI dos Correios não impediu que deputados da própria base parlamentar assinassem o requerimento. A lista divulgada ontem acrescenta 25 assinaturas ¿ duas do PT ¿ às outras 217 já existentes, totalizando até agora 238 deputados, informou o jornal O Globo. O número mínimo é de 171 assinaturas. No Senado, o número de assinaturas permanece o mesmo: 49 parlamentares, ou seja, 22 a mais do que o necessário. O governo conseguiu até agora retirar apenas cinco assinaturas dos aliados na Câmara.
Com a convocação da CPI praticamente assegurada, a oposição espera agora apenas o cumprimento das normas regimentais para a sua instalação. O presidente do Senado, Renan Calheiros, convocou a sessão de leitura do pedido de criação da CPI para a manhã da próxima quarta-feira. Para essa sessão, a oposição precisa assegurar a presença de 14 senadores e 86 deputados. Os parlamentares têm até a meia-noite desse dia para retirar ou acrescentar assinaturas ao pedido. Em seguida, o presidente manda ofício aos líderes da Câmara e do Senado, solicitando a indicação dos nomes de seus representantes, seguindo a proporcionalidade de suas representações.
Por ser CPI mista, ao contrário das outras, as lideranças não podem usar a manobra de não indicar representantes para inviabilizá-la. O regimento comum do Congresso prevê que, nesse caso, o presidente do Senado será obrigado a nomear aleatoriamente os representantes de cada partido. Renan já decidiu que a CPI dos Correios terá 32 representantes ¿ 15 senadores e 15 deputados e mais um integrante de rodízio dos pequenos partidos em cada Casa.
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